Roterdão: quinta flutuante pode garantir leite fresco aos habitantes (com FOTOS)



As vacas enjoam a andar de barco? A questão não faz sentido em 2016, a não ser que estejamos na cidade de Roterdão, Holanda, onde um novo projecto vai colocar 40 vacas numa plataforma flutuante de dois andares, produzindo 1.000 litros de leite por dia num espaço com 1.200 metros quadrados.

O leite é depois pasteurizado e processado em iogurte numa unidade que se situa no piso inferior da estrutura. Neste andar, a água que vem da urina das vacas será purificada e utilizada no cultivo de trevos-vermelhos, alfafa e erva. O estrume das vacas será utilizado ou enviado para uma quinta próxima, segundo o Guardian.

Segundo os responsáveis pelo projecto, que deverá começar ser construído no Outono, o objectivo é estabelecer um sistema de circuito fechado que será o paradigma para alimentar as cidades num mundo urbanizado.

“A população mundial está a crescer e a maioria das cidades estão a afundar-se em cimento”, avançou ao Guardian Minke van Wingerden, responsável da Beladon, autora do projecto. “O meu marido Peter [CEO da Beladon] visitou Nova Iorque durante o furacão Sandy e viu que as prateleiras dos supermercados estavam todas vazias; só existia comida para dois dias. Pensou que tínhamos de fazer as coisas de maneira diferente e foi aí que teve a ideia de construir uma quinta flutuante”.

Com a ajuda da Uit Je Eigen Stad, cujo objectivo é ligar os habitantes das cidades à sua alimentação, e o fundo SOFIE, detido pelo porto de Roterdão, a Beladon está agora a tentar convencer a câmara municipal a dar permissão para o projecto ir avante.

“O mundo vai crescer e cada vez mais pessoas vão viver nas cidades. A expansão das cidades precisa de áreas não construída e espaços verdes, para estabelecer zonas residenciais, e há cada vez menos espaço para produção tradicional de alimentos”, recordou Johan Bosman, co-fundador da Uit Je Eigen Stad. “A consequência lógica é termos de olhar para a água para produzirmos alimentos frescos”.

“Na Holanda existem produtos frescos e as cidades não são muito grandes, mas temos experiência em agricultura e projectos marítimos. Estamos a combinar estes dois sectores para tentar fazer uma iniciativa circular que produza lacticínios diários e, ao fazê-lo, tornar a cidade mais resiliente”, concluiu.

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