Rússia acusa WWF de interferir nos assuntos internos do país e de ser “ameaça” à segurança económica



A Procuradoria-Geral da Rússia declarou esta quarta-feira que a filial local da organização ambientalista internacional WWF é “indesejável” e que constitui uma “ameaça” à segurança económica do país.

Numa publicação na rede social Telegram, o gabinete do Procurador-Geral Igor Krasnov escreve que a WWF, “a pretexto da preservação do meio ambiente”, tem procurado impedir a implementação de projetos russos de desenvolvimento do Ártico e acusa a organização de ter formado “uma rede de organizações ambientais sem fins lucrativos” cujo objetivo é recolher informação para elaborar “avaliações tendenciosas” sobre o estado ambiental desse país, “destinadas a impedir o desenvolvimento económico da Federação Russa”.

Além disso, as autoridades russas denunciam o envolvimento da WWF com organizações locais incluídas por Moscovo no registo de ‘agentes estrangeiros’, que integra pessoas e organizações que tenham financiadores estrangeiros e que a Rússia considera uma ameaça à segurança nacional. Por isso, a Procuradoria-Geral russa diz que a WWF procura interferir “nos assuntos internos da Federação Russa”.

Em resposta, a WWF emitiu esta quinta-feira um comunicado no qual informa que a WWF-Rússia “tomou a difícil decisão de deixar de ser parte da rede WWF” e que tal coloca um ponto final na “orgulhosa história de conservação” de mais de 30 anos da organização nesse país.

“Lamentamos profundamente a caracterização do Gabinete do Procurador-Geral da Rússia de que a WWF representa ‘ameaças à segurança económica’”, escreve a organização ambientalista, que explica que a filial russa “tem operador como uma organização nacional apartidária, totalmente governada e gerida por cidadãos russos que trabalham em prol da preservação da diversidade biológica do planeta”.

A WWF opera na Rússia desde 1989, tendo a filial local implementado mais de mil projetos no país.

Durante essas mais de três décadas, “mais de 72 milhões de territórios únicos receberam estatuto de conservação, o bisonte europeu e o leopardo da Anatólia regressaram à natureza, as populações de grandes felinos asiáticos, de argali, de urso polar, de cegonha oriental e de outras espécies foram recuperadas e preservadas”, recorda a organização.





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