Rússia e Ucrânia querem bloquear reserva marinha na Antárctida
A Rússia e a Ucrânia pretendem bloquear um plano para criar duas enormes reservas marinhas ao largo da costa da Antárctida que, combinadas, seriam maiores do que a área de todos os oceanos protegidos do mundo juntos.
Os 25 países membros da Commission for the Conservation of Antarctic Marine Living Resources (CCAMLR) reuniram-se em Bremerhaven, na Alemanha, para discutir a proposta de criação de Áreas Marinhas Protegidas no Mar de Ross, ao largo da costa leste da Antárctida. Mas a decisão exige um acordo unânime entre todos.
A proposta, apoiada pelos Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, França e União Europeia, abrange uma área com 13 vezes o tamanho do Reino Unido, onde a exploração de recursos naturais, incluindo a pesca, se tornaria ilegal. Os defensores afirmam que a definição da área como protegida garantiria a segurança ambiental de uma região que permanece relativamente intocada.
Apesar de as ONGs ambientais se demonstrarem optimistas em relação ao sucesso da decisão, o Guardian garante que a Rússia e a Ucrânia não estão inclinadas para o seu apoio, justamente devido à proibição da pesca.
A verdade é que muitos países praticam pesca na região, principalmente de merluza-negra e krill. O equilíbrio entre a preservação ambiental e os interesses económicos na definição dos limites da reserva representa claramente um desafio para as negociações.
Além disso, a Noruega propôs uma cláusula de rescisão para a região, apoiada pela Rússia e pelo Japão, que significaria que o carácter de protecção teria de ser renovado em 2064 e 2043.
A sessão extraordinária em Bremerhaven foi organizada depois de a última reunião anual da CCAMLR, em Novembro de 2011, não ter alcançado um consenso sobre as áreas marinhas protegidas. Na época, a Rússia, China e a Ucrânia argumentaram a falta de dados científicos disponíveis a favor das reservas.
A decisão tomada foi a de se reunirem ainda este Verão com a agenda focada exclusivamente nas propostas.