Sabia que os comprimidos podem aumentar o risco de queimadura solar?
A luz solar é uma grande inimiga da pele: provoca o seu envelhecimento, as queimaduras solares e o risco de desenvolvimento de cancro de pele. Importa, por isso, ter o máximo de cuidado com a exposição solar, protegendo a pele nas horas em que o Índice UV apresenta valores nocivos – aproximadamente entre 3 e 11 valores.
Uma equipa da Escola de Farmácia da Universidade de Sydney, na Austrália, publicou um estudo no qual alerta para os efeitos que os medicamentos podem ter. Alguns medicamentos potenciam o risco de queimaduras solares porque fazem com que a pele absorva mais raios UV.
Mas afinal como é que isto se procede? De acordo com os especialistas, podem existir dois tipos de reações, a fototóxica e a fotoalérgica:
“Uma reação fototóxica é a forma mais comum de um medicamento causar um aumento na sensibilidade ao sol. É aqui que a molécula do medicamento é capaz de absorver a luz ultravioleta e, em seguida, libertá-la de volta para a pele. Uma vez que o medicamento oral foi absorvido pela corrente sanguínea, ou após o medicamento tópico ser aplicado à pele, uma reação fototóxica pode ocorrer a qualquer momento dentro de minutos ou horas após a exposição ao sol”.
Quanto à reação fotoalérgica, que é menos comum, “pode ocorrer com certos medicamentos aplicados diretamente na pele ou que são tomados via oral e de seguida circulam na pele. Após a exposição ao sol, um medicamento pode sofrer alterações estruturais. Assim que estas mudanças estruturais acontecem, pequenas proteínas no nosso corpo ligam-se ao comprimido, fazendo com que nosso sistema imunológico a reconheça como uma substância estranha. De seguida, são produzidos anticorpos para combatê-lo. A reação resultante em muitos casos assemelha-se a eczema ou erupção na pele. Este tipo de reação pode demorar entre um a três dias para ocorrer e só ocorre nas partes do corpo expostas ao sol.”
Entre os medicamentos que têm estes efeitos estão os antibióticos, como os de tetraciclina ou de fluoroquinolonas, os anti-inflamatórios não esteróides, os antifúngicos e os retinóides orais.
Os especialistas recomendam a consulta dos folhetos informativos dos comprimidos, bem como o esclarecimento de todas as dúvidas com um farmacêutico. O passo seguinte é, claro, a prevenção, ao utilizar roupa adequada, chapéu, óculos de sol e protetor solar.