Salmões do Atlântico escapam de quinta de aquacultura
Na passada semana milhares de salmões do Atlântico escaparam de uma quinta de aquacultura situada no estado de Washington e invadiram o Pacífico, devido ao rompimento da rede. As consequências da invasão de uma espécie tão diferente poderão não ser as melhores.
A quinta de aquacultura está a operar no local há cerca de um ano e produz exclusivamente salmão do Atlântico. Na passada semana as marés foram mais agitadas, criando correntes mais fortes que o habitual devido ao eclipse solar. Inesperadamente uma das redes que continha os animais rompeu-se e os salmões escaparam para o mar. Ao início a empresa declarou que tinham fugido perto de cinco mil peixes, mas pouco depois técnicos verificaram que o número era muito superior.
O salmão do Atlântico não é uma espécie adaptada ao Pacífico, onde vive uma outra espécie de salmão. Um primeiro receio é que uma quantidade tão grande destes invasores estrangeiros esgote os recursos de comida rapidamente e ameace ainda mais os salmões do Pacífico, uma espécie já em perigo de extinção. Outro receio que poderá ter consequências semelhantes é que as espécies se misturem dando origem a uma nova espécie híbrida.
O departamento de peixe e vida selvagem de Washington está no terreno a estudar a melhor forma de controlar a situação. Ron Warren, responsável pela operação, em declarações ao The Guardian afirmou: “A nossa principal preocupação é proteger a espécie nativa. Estamos por isso a tentar apanhar o maior número de salmões do Atlântico possível.”
Embora os receios sejam justificados, a verdade é que não se sabe realmente a dimensão do perigo que este incidente poderá trazer, já que não há nenhum estudo de impacto feito que preveja uma situação destas. Alguns ambientalistas acreditam que por ser uma espécie criada em cativeiro, os salmões do Atlântico terão poucas hipóteses de sobreviver.
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