Santarém: IPSS convida desempregados e idosos a cultivarem hortas na sua sede

A Associação de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (APPACDM) de Santarém, uma IPSS, está a convidar desempregados e idosos a cultivarem hortas nos socalcos da quinta onde tem as suas instalações, no Vale de Santarém.

O projecto é financiado pela Fundação EDP e prevê a instalação de hortas comunitárias nos socalcos – até aqui desaproveitados – da quinta de Nossa Senhora do Rosário, uma propriedade de 7.500 m².

Denominado “Uma Quinta para Todos”, o projecto tem duas vertentes. A primeira prevê a reabilitação da estufa que tinha sido destruída por uma intempérie e a construção de um telheiro de vidro para os jovens da instituição colocarem flores; e a segunda pretende abrir a instituição à comunidade, rentabilizando os socalcos.

Assim, os dez socalcos estão a ser divididos em talhões de diversos tamanhos, onde desempregados e reformados da região de Santarém vão poder fazer as suas hortas – sozinhos ou em grupo – depois de uma formação assegurada pela Fundação EDP.

“Queremos ver a comunidade do Vale de Santarém a entrar pela instituição e a conviver connosco”, explicou à agência Lusa Filipa Camacho, a socióloga que dirige o Gabinete de Projectos da APPACDM de Santarém.

O projecto obteve o apoio da Fundação EDP depois de uma candidatura da APPACDM, que argumentou a necessidade – e importância – de as crianças e jovens voltarem à terra. Paralelamente, o facto de existir uma população envelhecida e desempregada num raio de seis quilómetros levou ao aperfeiçoamento do projecto.

As hortas vão desde os 50 aos 500 metros quadrados, com preços simbólicos, que vão dos €5 (R$ 11) aos €20 (R$ 45), uma pequena ajuda compensada pelo que vão retirar da terra e por todo o suporte que lhes é dado, desde a formação à água para rega, a locais de apoio e guarda de material.

“É uma mais-valia em termos económicos e de ocupação de tempo”, disse Ângela Alberto, a engenheira agrónoma que acompanha os trabalhos agrícolas na quinta.

A recuperação da estufa vai permitir que a instituição, que serve 90 mil refeições por mês, aumente a produção própria de hortícolas, frisou Luís Amaral, presidente da APPACDM de Santarém.