São João da Madeira inicia recolha de biorresíduos em 1.819 moradias e estabelecimentos
A Câmara Municipal de São João da Madeira inicia sexta-feira, através da empresa concessionária SUMA, a recolha domiciliária de biorresíduos, retirando de 1.819 moradias e estabelecimentos comerciais as sobras alimentares e de jardim que serão aplicados em compostagem.
Esta é a nova fase do projeto que teve início em 2019 com a recolha seletiva de lixo e abrange atualmente mais de 2.200 residências unifamiliares e geminadas, o que corresponde à quase totalidade das moradias existentes nesse concelho do distrito de Aveiro – que, com cerca de oito quilómetros quadrados, é o mais pequeno do país.
Até aqui, o sistema recolhia nessas casas os resíduos já selecionados por quatro tipologias – indiferenciado, plástico, cartão e vidro – e agora acrescenta a essa separação também o lixo biodegradável – constituído essencialmente por sobras de comida e restos de jardinagem.
Fonte da autarquia identifica o que pode ser depositado no recipiente que a SUMA já deixou nas referidas moradias para separação dos biorresíduos: “cascas de legumes e frutas, ossos e espinhas, peles de frango, sobras das refeições, saquetas de chá, pão e bolos estragados”, assim como resíduos de jardim com pequenas dimensões, “como folhas ou flores”.
Financiada em cerca de 120.000 euros pela União Europeia através do programa Portugal 2020/POSEUR, a implementação do sistema de recolha desses biorresíduos custou quase 247.000 euros e permitirá diminuir o desperdício desse tipo de lixo, evitando o seu envio para aterro e permitindo a respetiva valorização – nomeadamente reaproveitando esses materiais para criação de composto a utilizar na fertilização de plantas, enriquecimento de solos florestais e produção de energia.
O presidente da Câmara de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, disse à Lusa que esta é “mais uma importante medida que contribuirá para que o concelho continue a melhorar o seu desempenho ambiental”, o que se reveste de particular relevo numa altura em que o aumento generalizado do custo de vida “obriga a maiores cuidados com todas as despesas e a evitar qualquer desperdício”.
Esta sexta-feira, a recolha domiciliária dos biorresíduos arranca em 1.600 moradias individuais e geminadas, que é o número permitido pelas verbas disponíveis, aplicadas no processo de recolha, no tratamento do lixo e na aquisição e distribuição dos contentores atribuídos para o efeito a cada habitação. Consoante o número de habitantes do respetivo agregado, a metade dessas moradias foram entregues contentores de 10 litros e às restantes um com capacidade para 23.
No setor não-doméstico, onde o mesmo tipo de recolha já está a ser preparado, mas só deverá ter início efetivo nas próximas semanas, o sistema vai abranger 219 estabelecimentos de pequena dimensão e cada um deles terá disponível para sobras de comida e jardim um contentor de 120 litros.
Seja a título privado ou comercial, todos os recipientes estão equipados com um chip para monitorização de aspetos como o volume de resíduos gerado por cada família, o que, no futuro, poderá refletir-se em novas modalidades de faturação do serviço, com o tarifário da recolha a refletir a quantidade de lixo em vez de ser definido pelos consumos de água.
Jorge Vultos Sequeira realça que a recolha seletiva de biorresíduos só será obrigatória a nível nacional a partir do dia 01 de janeiro de 2023, numa implementação faseada, mas afirma que São João da Madeira se quis antecipar por entender que “as questões ambientais são cada vez mais prementes e exigem proatividade na adoção de medidas que contribuam para a proteção do planeta”.