Seca: Agricultores do Baixo Alentejo lamentam falta de apoios e alertam para redução de efetivos



Os agricultores do Baixo Alentejo lamentaram ontem a falta de apoios financeiros por parte do Governo para fazer face aos problemas relacionados com a seca, situação que está a levar à redução dos efetivos pecuários.

“Apoios do Governo até à presente data, zero”, lamentou Nuno Faustino, da Associação de Criadores do Porco Alentejano, no decorrer de uma audição na Assembleia da República, na Comissão de Agricultura e Pescas, a pedido do partido Chega.

“Não há qualquer apoio, foram prometidas medidas, foram prometidos apoios, nada até ao presente foi dado aos agricultores da pecuária extensiva, aos agricultores do sequeiro, que são quem estão na primeira linha a sofrer os efeitos nefastos desta seca prolongada que dura há vários anos”, acrescentou.

Na audição à Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) e à ACOS – Associação de Criadores de Ovinos do Sul, Nuno Faustino alertou ainda que devido à falta de apoio os agricultores estão a reduzir os efetivos pecuários.

“A falta desse apoio é visível pela redução de efetivos pecuários nos últimos meses, uma redução na ordem dos 20 a 30% em média, nas regiões mais afetadas no sul do Baixo Alentejo e norte do Algarve, na ordem dos 40%”, indicou.

“Não é possível suportar os elevados custos de compra de palhas, rações, com os elevados preços que tem o mercado. Sem apoios o agricultor vê-se forçado a reduzir os efetivos para reduzir a despesa”, acrescentou.

O dirigente agrícola receia ainda que na sequência da falta de verbas para manter a atividade muitos agricultores abandonem a atividade.

“Eu temo que muitos destes agricultores não voltem à atividade, muitos têm cessado [atividade], além de reduzir [efetivo pecuário], têm cessado”, disse.

Para Nuno Faustino, o sinal que o Governo tem dado ao setor nos últimos anos “é para abandonar” os campos.

“Infelizmente custa dizer isto, mas a falta de apoios, a falta de empatia para com os sérios problemas que esta atividade está a sofrer está a levar ao abandono”, lamentou.





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