Seca: Barragem de Mirandela está a perder a pouca água que tem para regadio



O presidente da Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Vale Madeiro, Emanuel Batista, disse hoje que a barragem de regadio do distrito de Bragança em situação mais crítica está a perder a pouca água que tem.

A barragem que rega as hortas e forragens para animais de perto de 200 beneficiários de Mirandela aproximou-se do limite das reservas no início do verão e foi incluída pelo Governo numa lista nacional com limitações para a campanha de rega.

A campanha da rega já terminou e o aproveitamento hidroagrícola está fechado há um mês, mas está a perder água e com um nível de armazenamento a rondar os nove por cento da capacidade.

“A barragem perde muita água, já fechámos (a rega) há cerca de um mês e continua a diminuir”, disse à Lusa o presidente da associação de beneficiários.

Segundo Emanuel Batista, o problema deve-se a “uma fuga no paredão” e a associação está “a fazer um levantamento” da situação para enviar um ofício à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.

O dirigente afirmou que “a situação não é nova” e que “há três ou quatro anos” que andam a alertar para ela, mas que “ninguém ligava porque nunca faltou a água”.

Agora com a seca, o problema tornou-se evidente e a perda de água é a prova para o presidente da associação de que “não são os regantes que estão a gastar muito”.

“Além da seca, este problema contribuiu e muito para a barragem ficar nestes níveis”, vincou.

Contactada pela Lusa, a diretora regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, disse desconhecer o problema em questão e que o que foi reportado a este organismo foi “uma avaria numa caixa de rega”, que está a ser resolvida entre a seguradora e a associação de regantes.

A diretora regional garantiu disponibilidade dos serviços para ajudar a resolver o problema, mas salientou que a associação de regantes ainda não lhe fez chegar “nenhuma indicação a esse nível”.

Carla Alves lembrou que “a direção regional faz com muita periodicidade e sempre que seja necessário obras para recuperação das estruturas destes regadios”, concretizando que estão em execução cinco empreitadas na zona Norte para a melhoria das condições destes aproveitamentos.

“Obviamente que a gestão é com a associação de regantes e eles têm que nos dar nota dos problemas que vão encontrando”, afirmou.

A barragem de Vale Madeiro tem cerca de 200 beneficiários, “90%” dos quais cultivam hortas familiares, sociais e de subsistência nas freguesias de Carvalhais e Mirandela, para consumo doméstico, mas também para vender no mercadinho local.

Os restantes são criadores de gado, nomeadamente de pequenos ruminantes, e “meia dúzia de explorações de gado bovino”, disse.





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