Seca poderá ter ditado fim da civilização suméria



Entre 200 e 300 anos de seca interminável poderão ter ditado o fim da cultura e civilização suméria, de acordo com geólogos do Byrd Polar Research Center, da Universidade do Ohio. A civilização suméria floresceu a partir de 3.500 a.C., no sul da Mesopotâmia, o actual Iraque.

Para além de ter criado a escrita cuneiforme, a mais antiga juntamente com os hieróglifos egípcios, os sumérios descobriram a roda e o arco. Foi na Suméria também que foi escrito o primeiro poema épico da história, Gilgamseh. O fim da cultura e civilização terá sido precipitado, porém, pela seca.

“Não foi apenas um Inverno ou um Verão, mas entre 200 a 300 anos de seca”, explicou Matt Konfirst, geóloco do Byef Polar Research Center. A cultura e a língua desapareceram há 4.000 anos.

Como não há registos escritos que mencionem explicitamente a seca como a principal razão do fim dos sumérios, esta conclusão depende de pistas indirectas. Hoje, são as amostras recolhidas por arqueólogos e evidências geológicas que ligam as duas coisas.

Segundo o Planeta Sustentável, diversos registos geológicos apontam um longo período de tempo seco no Oriente Médio, há cerca de 4.200 anos. Os mares Vermelho e Morto sofreram mais evaporação, os níveis de água caíram no lago Van, na Turquia, e os núcleos de sedimentos marinhos em torno do período indicam o aumento de poeira no ambiente.

“Quando examinamos a anomalia do clima na época, vemos que a queda de chuva diminui substancialmente na região e o número de locais populados sofre grande redução”, explicou o geólogo.

Por volta do mesmo período, 74% das colónias da antiga Mesopotâmia foram abandonadas, de acordo com um estudo de 2006 de um sítio arqueológico de Tell Leilan, na Síria. A área populada também encolheu 94%.

“As pessoas ainda vivem nesta região. O colapso de uma civilização não significa que uma área seja completamente abandonada. Mas há um forte declínio na população,” afirmou o cientista, segundo a Time.

Durante a grande seca, duas vagas de nómadas invadiram a região, saqueando a capital Ur. Depois de 2.000 d.C., o sumério antigo gradualmente desapareceu como língua falada. Nos 2.000 anos seguintes, ela permaneceu como uma língua morta escrita, como o latim na Idade Média, mas extinguiu-se completamente desde então.





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