Secretário de Estado defende criação de manual de boas práticas sobre limpeza urbana sustentável
O secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, defendeu ontem que a Associação de Limpeza Urbana deveria criar um “manual de boas práticas” sobre a limpeza sustentável das cidades, contribuindo assim para a uniformização de procedimentos.
“Há municípios que têm estas tarefas delegadas nas freguesias, há outros que são eles próprios que fazem, há outros que contratam empresas”, disse, considerando que seria importante perceber-se “as experiências de cada um, qual a forma de otimizar estes serviços, o desenvolvimento de técnicas, a elaboração de cadernos de encargos sempre que alguém pretenda lançar um concurso”.
Emídio Sousa falava no âmbito da sessão de abertura do 6.º Encontro Nacional de Limpeza Urbana, que decorre no Funchal, Madeira, até sexta-feira, organizado pela Associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis (ALU).
“Desafiar esta associação a criar um manual de boas práticas para este tema tão premente na nossa vida coletiva penso que faz todo os sentido”, disse o governante.
Emídio Sousa sublinhou que apesar de a limpeza urbana ser competência das autarquias, o Governo tem sempre a possibilidade de apoiar na elaboração de eventuais estudos e pode funcionar também como “fator agregador” dos municípios, no sentido de “pôr todos a falar uns com os outros em encontrar as melhores soluções”.
“Todos nós percebemos que uma cidade é mais ou menos atrativa em função da limpeza que tem e este novo desafio que esta associação nos traz [a limpeza mais sustentável] é muito importante”, afirmou.
Já o presidente da Associação Limpeza Urbana, Luís Almeida Capão, explicou que a limpeza mais sustentável e mais eficaz assenta em dois fatores essenciais: os meios humanos e as novas tecnologias.
“Em primeiro lugar, a valorização dos homens e das mulheres que fazem a limpeza urbana nas nossas cidades, o respeito que nós, enquanto cidadãos e utilizadores das nossas cidades, temos que ter para com esses homens e mulheres que fazem esses trabalhos diariamente, muitas vezes enquanto nós estamos a dormir”, apontou.
Por outro lado, o responsável disse ser fundamental recorrer às novas tecnologias e usar equipamentos que sejam “mais confortáveis para quem os utiliza, mas também para quem com eles convive e, ao mesmo tempo, também que não incomodem e que gastem o mínimo possível do erário público”.
A Associação Limpeza Urbana representa 24 municípios, num total de 2,5 milhões de cidadãos (25% da população portuguesa), sendo que o Funchal é o único concelho associado da Região Autónoma da Madeira.
“Verificamos um grande empenho no Funchal naquilo que é uma nova realidade, que é um território com esta dimensão, com esta orografia e acima de tudo com 100 mil turistas que chegam todos os dias de vários destinos”, disse Luís Almeida Capão.
O 6.º Encontro Nacional de Limpeza Urbana, subordinado ao tema “Limpeza Urbana + Sustentável”, reúne na capital madeirense vários “especialistas, profissionais e entusiastas do setor”, nacionais e estrangeiros, que vão analisar “desafios e soluções inovadoras para uma limpeza urbana mais sustentável a nível ambiental, económico e social”.