Sedentarismo leva a gastos calóricos menores que a ingestão de alimentos



Nas últimas décadas tem-se assistido a numerosas alterações nos estilos de vida das populações, com especial destaque para os padrões alimentares, consumo de energia ou na prática de actividade física.

Os especialistas evidenciam a importância de sensibilizar o público e de promover a divulgação de uma melhor informação em relação aos benefícios do exercício físico e da adopção de um estilo de vida saudável.

Tendo em conta estas premissas, especialistas da área da nutrição, ensino e saúde participaram no curso internacional de verão “I Jornadas de Estilo de Vida e Saúde: novo enfoque na intervenção e investigação”. Trata-se de uma iniciativa organizada pela Universidade Europeia (UE) em parceria com a Sociedade Internacional para a Imunonutrição (ISIN) e o Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC).

Para Emilio Martínez de Victoria, professor de Fisiologia do Instituto de Nutrição e Tecnologia dos Alimentos José Mataix da Universidade de Granada, “o consumo de calorias não decresceu muito na população espanhola. Mesmo assim também não aumentou o suficiente para explicar o importante crescimento do excesso de peso e obesidade que aconteceu nestas últimas décadas em Espanha. Acreditamos, sem dúvida, que a equação do equilíbrio energético que reflecte a ingestão, o gasto calórico e o gasto por actividade física diminuiu de forma significativa. Os nossos hábitos de vida são sedentários e este sedentarismo leva-nos a gastos calóricos menores que a ingestão de alimentos”.

De acordo com este especialista “uma boa estratégia para a redução do peso é, para além de uma dieta hipocalórica mais ou menos equilibrada, seguir um plano que contemple alterações nos hábitos de vida incluindo os alimentares e sedentários. Estas alterações têm de incluir uma dieta com um défice calórico moderado mas equilibrada e um programa de actividade física evitando os hábitos sedentários”.

Por tudo isto, “a educação nutricional é crucial para poder conhecer a relação entre uma alimentação correta e a saúde e prevenção da doença ou os benefícios de se evitar o sedentarismo através da realização de actividade física de forma habitual”.

Segundo os participantes do curso de verão, no que diz respeito à prevenção e luta contra o excesso de peso e obesidade, devem ser tidos em consideração todos os factores que influenciem o seu desenvolvimento através de um planeamento que inclua uma educação em nutrição e hábitos de vida saudáveis em geral, a promoção da actividade física ou a criação para a população de infraestruturas necessárias que favoreçam o desenvolvimento de estilos de vida activos.

Para Margarita Pérez, professora de Fisiologia do Exercício e Investigadora da Escola de Doutorado e Investigação da Universidade Europeia de Madrid, “a inactividade física é hoje uma epidemia. Segundo a European Heart Network, Espanha situa-se no top ten dos países europeus com o maior nível de sedentarismo entre os adultos: 42% dos maiores de 18 anos referem não realizar qualquer tipo de actividade física durante a semana face aos 6% na Suécia e 7% na Finlândia”.

Durante as Jornadas, os especialistas definiram os aspectos-chave associados a um estilo de vida saudável. Para a Ascensión Marcos, professora de Investigação do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), “manter uma alimentação equilibrada, variada e moderada em conjunto com uma actividade física diária de pelo menos 30 minutos em adultos, e além disso realizar alguma actividade desportiva e evitar sempre que possível hábitos sedentários, algo possível se fizermos algum tipo de movimento a cada duas horas. E claro, sem esquecer também a importância de manter um sono reparador, tanto em qualidade como em quantidade”.

Foto: sean mason / Creative Commons





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