Segunda vida de óleos alimentares poupa Portugal aos efeitos poluidores de mais de um milhão de toneladas de CO2



“Verto para o ralo do lava-loiça ou reservo num pequeno contentor para depois descartar convenientemente num oleão?”. Ainda há muitos portugueses a colocar diariamente esta questão, mas é notório um crescimento na consciencialização da importância do correto descarte dos óleos alimentares usados (OAU). Porque o gesto, aparentemente inócuo, tem um enorme impacto na nossa qualidade de vida e na sobrevivência do ecossistema planetário. Um simples litro de óleo de fritura consegue poluir cerca de um milhão de litros de água – aquilo que uma pessoa consome aproximadamente em 14 anos de vida.

“Graças às respostas – e atos – ambientalmente mais sustentáveis dos consumidores tem sido possível à Hardlevel – Energias Renováveis, o principal operador nacional na recolha e gestão de OAU, dar uma segunda vida a tais resíduos, o que permitiu poupar a atmosfera ao efeito estufa de 1.139.536 toneladas de dióxido de carbono (CO2), nos últimos oito anos. Tudo por causa da simples canalização dos óleos alimentares usados para o circuito de fabrico de combustíveis verdes, com um índice baixíssimo de emissão de gases de efeito estufa (GEE)”, sublinha a empresa portuguesa em comunicado.

Segundo a mesma fonte, o número, que deriva do OAU (limpo de impurezas, metais pesados e outros contaminantes) vendido pela Hardlevel para a refinação de biocombustíveis de última geração (como o SAF – Sustainable Aviation Fuel ou o HVO – Hydrotreated Vegetable Oil), “faz da empresa lusa um dos grandes contribuintes líquidos para as metas de redução de GEE com que o nosso País se comprometeu, no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050”.

Atingir o patamar de neutralidade carbónica em 2050 significa reduzir as emissões de gases com efeito de estufa entre 85% e 90% até 2050 e a compensação das restantes emissões através do uso do solo e florestas, a alcançar através de uma trajetória de redução de emissões entre 45% e 55%, até 2030, e entre 65% e 75%, até 2040 (em relação ao ano-barómetro de 2005).

Como? “Reforçando a capacidade nacional de sequestro de CO2 pelas florestas (e por outros usos do solo) e incentivando gradualmente a total descarbonização do sistema eletroprodutor e de mobilidade urbana”, sublinha a empresa. A meta, acrescenta, “implica ainda alterações profundas na forma como utilizamos a energia e os recursos, numa economia bem mais sustentada em recursos renováveis, utilizados de forma eficiente e tendo por base modelos de economia circular”.

A Hardlevel “atua em patamares críticos para o cumprimento destes desideratos, porque intervém nos processos de redução de emissões poluentes, emprestando valor (e aproveitamento) acrescentado aos resíduos de OAU criados pela população, e promovendo a economia circular. Ao mesmo tempo que ajuda Portugal a alcançar de uma maior independência energética”.

A rede de oleões da Hardlevel – Energias Renováveis, em velocidade de cruzeiro na respetiva atualização com a última geração de oleões inteligentes (sensorizados com ligação à IoT – Internet of Things), serve estruturalmente cerca de cinco milhões de portugueses (140 municípios, 2.850 contentores de recolha), na atualidade.

O operador pretende chegar ao final de 2023 com uma rede de 165 autarquias parceiras e um global de 3.300 oleões espalhados pelo País. O que, relativamente a 2022, reflete expansão de 18% no número de concelhos abrangidos e de 16% no total de unidades de descarte de OAU.

Em 2022, entraram para a cadeia de processamento ambiental da Hardlevel 40 novas autarquias.

Nas últimas semanas, a empresa assegurou a gestão de óleos alimentares usados com o município de Montemor-o-Novo (com 15 oleões Smart S+, para servir 15.799 munícipes) e renovou o serviço com o concelho de Mafra (um total de quase 87.000 residentes), acrescentando 17 oleões aos de 135 equipamentos existentes), num aumento de 12% da rede municipal. Idêntica renovação aconteceu em Rio Maior (21.000 habitantes), acrescenta o comunicado.

“Quase 70% dos biocombustíveis que Portugal produz na atualidade derivam da cadeia de recolha, gestão e processamento de óleos alimentares usados. Existem ainda muitas oportunidades de crescimento no setor e a Hardlevel faz parte desse movimento, que trabalha em prol do desenvolvimento sustentável”, remata Salim Karmali, administrador e cofundador da Hardlevel, juntamente com o seu irmão, Karim Karmali.





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