Sellia: a aldeia italiana onde é proibido morrer



As 537 pessoas que vivem em Sellia, aldeia italiana que data dos tempos medievais, estão proibidos de morrer desde Agosto, aquando da aprovação da Ordinanza 11, que torna “expressamente proibido ficar doente dentro do município” e que insiste que “morrer é proibido”.

Os que se recusarem a tomar as medidas previstas para evitar que esta lei seja cumprida – ou seja, quem ignorar as idas ao médico – serão multados em €10 por ano.

A nova lei pode parecer ridícula, mas não é. Ou melhor, ela foi feita para ser desrespeitada, mas pretende incentivar as pessoas a cuidarem mais e melhor da sua saúde, algo essencial numa aldeia que perdeu dois terços da população nos últimos 50 anos e cuja maioria dos residentes tem mais de 65 anos.

“Pela lei, não poderia [banir a morte] directamente”, explicou à Tele Sur o autarca local, Davide Zicchinella, um pediatra. “Não podemos mandar uma impossibilidade por lei. Mas a minha intenção é lutar contra a morte”, garantiu.

“Esta lei não é uma piada, mas algo que levamos muito a sério, uma vez que Sellia, tal como outras aldeias do sul de Itália, sofre com a depopulação. Os que não tomam bem conta de si próprios ou cujos hábitos são contra a sua saúde têm de ser punidos com mais impostos”, revelou.

Segundo o Guardian, Sellia é a sexta aldeia que proíbe a morte em todo o mundo, a seguir a Cugnaux (2007) e Sarpourenx (2008), em França, Biritiba Mirim (2005), no Brasil e Lanjaron (1999) e Falciano del Massico (2012), Itália. Em todos estes casos, a causa foi um cemitério sobreocupado. O caso de Sellia, porém, é bem diferente. Será que vai dar resultados positivos?





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