Será ético utilizar drones na natureza?
Há cada vez mais imagens fotográficas e vídeo da natureza, recolhidas por drones. Hoje, podemos ver aves a voar ao nosso lado, cavalos a galopar velozmente, visto de cima, ou uma corriqueira cena do dia-a-dia do mundo animal, entre presas e predadores. Tudo com qualidade HD.
No entanto, a massificação dos drones tem colocado algumas questões sobre a sua perturbação do meio natural: de que forma estes afectam os animais e o seu habitat? Será que os animais mudam as suas opções do dia-a-dia devido a esta interferência?
Nos Estados Unidos, por exemplo, a presença de um drone causou a debandada de uma horda de carneiros selvagens, no Parque Nacional Zion, Utah. Este caso acabou por servir de justificação à proibição de todos os drones em parques naturais daquele país – a multa chega até aos €4.460 (R$ 13.000) e seis meses de prisão.
Há países, porém, em que os drones ajudam os conservacionistas no seu dia-a-dia. Na Malásia e Indonésia, a Orangutan Conservancy utiliza drones para contar a mapear as populações locais – ali, as florestas tropicais são tão densas que seriam necessárias semanas ou até meses para o fazer. Através dos drones é possível produzir mapas detalhados e actualizados em poucas horas.
Em África, a World Wildlife Fund (WWF) está a desenvolver um sistema de controlo remoto via drones para encontrar caçadores furtivos antes de eles atacarem. Como explica a Mother Nature Network, é improvável que os drones desapareçam nos próximos anos, pelo que há que os colocar a trabalhar em prol da conservação e da natureza – e não o inverso.
Foto: Michael MK Khor / Creative Commons