Será o monstro do Lago Ness real? Os avistamentos, factos e teorias por trás do duradouro mito de “Nessie”



Até hoje já houve mais de 1000 avistamentos do monstro do Lago Ness e várias expedições de busca.

O Monstro do Lago Ness é uma das lendas mais duradouras da Grã-Bretanha, inspira filmes de Hollywood e uma infinidade de teorias, do científico ao folclórico.

Apesar de ter sido “avistado” mais de 1000 vezes, a existência de “Nessie” nunca foi comprovada, com muitas das fotografias apresentadas como provas irrefutáveis a serem posteriormente reveladas como montagens.

Recentemente novas investigações de um grande estudo realizado no lago, afirmam ter descartado muitas das teorias mais populares em torno do monstro.

Mas como nasceu o mito “Nessie” e a lenda que se recusa a desaparecer?

O registo mais antigo de um monstro gigante à espreita em Loch Ness vem do ano 565, quando apareceu numa biografia do monge irlandês Saint Columba.

Depois de atravessar o mar da Irlanda para a Escócia em 563, é retratado como o homem que baniu um “animal aquático” para as profundezas do lago depois que este matou um habitante local e ameaçou um dos discípulos do santo.

Houve ainda um avistamento de algo “contorcendo e agitando a água” no final do século XIX por D. Mackenzie, de Balhain.

No entanto, o interesse em “Nessie” só despertou depois de 1933, quando o relato de George Spicer de “uma forma mais extraordinária de animal” precedeu uma série de avistamentos.

Um ano depois, a famosa “fotografia do cirurgião” foi publicada no Daily Mail, que mostrava um monstro ameaçador, de pescoço comprido, semelhante a um dinossauro e continua a ser a imagem mais reconhecível de “Nessie”.

Infelizmente para os crentes, a famosa imagem foi mais tarde revelada como uma farsa, primeiro num artigo do Daily Telegraph de 1975 e, posteriormente, num livro de desmistificação publicado em 1999.

Foi supostamente encenado como parte de um rancor antigo contra o Daily Mail, com o monstro reptiliano a ser simplesmente um modelo de madeira montado num submarino de brinquedo.

Desde então houve um fluxo constante de fotografias e vídeos alegando ter descoberto o verdadeiro Monstro do Lago Ness.
Sendo que a maioria foi descartada como brincadeiras ou provou-se serem objetos inanimados ou vida selvagem nativa como lontras.

Um exemplo particularmente chamativo veio em 1977 com o que foi apelidado de “Loch Ness Muppet”, imagens de Tony “Doc” Shiels, que foram colocadas na primeira página do Daily Mirror.

Mágico e vidente de Salford, Shiels alegou ter convocado o animal para fora de água, e mais tarde descreveu Nessie como um “elefante-lula”. As fotografias encenadas não convenceu os cientistas.

Nada disto impediu os entusiastas de Nessie de irem para as Terras Altas da Escócia, ou impediu que a fera se enraizasse na consciência mundial.

O seu pescoço longo e serpentino continua a aparecer na cultura popular, desde o filme da família Ted Danson de 1996, Loch Ness, até à tentativa do grupo Scooby Doo resolver o mistério num desenho animado de 2004.

“Então – são enguias gigantes?”

Apesar da natureza esquisita de muitos dos “avistamentos”, os cientistas fizeram inúmeras investigações sobre a existência do monstro do lago Ness.

Estes estudos variam em escala, desde uma expedição em 1934, que envolveu 20 homens com binóculos observando a água oito horas por dia durante cinco semanas, até uma missão da BBC em 2003 que efectuava rastreios por satélite.

Os cientistas envolvidos nessa busca em larga escala, que foi para o ar como “Em busca do Monstro do Lago Ness” na BBC One, concluíram que não encontraram nenhum animal, mas que também não conseguiram provar que é apenas um mito.

Um novo estudo concluiu agora que é mais provável que a lenda tenha sido desencadeada por avistamentos de enguias gigantes na água.

Investigadores liderados pelo professor Neil Gemmell, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, vasculharam o Loch Ness em busca de amostras de ADN e colectaram 250 amostras de vários pontos nas suas 21,8 milhas quadradas.

A suas descobertas anularam a popular e duradoura teoria pseudocientífica de que Nessie poderia ser um réptil gigante, como um plesiossauro, que de alguma forma sobreviveu na Escócia desde a era dos dinossauros.

O estudo também concluiu que outras teorias mais plausíveis apresentadas, como um peixe-gato gigante ou esturjão ou mesmo um grande tubarão da Gronelândia, também eram impossíveis.

No entanto, os investigadores disseram que não podiam descartar a “ideia plausível” de que enguias gigantes poderiam habitar nas profundezas, com “uma quantidade muito significativa de ADN de enguia” descoberta nas suas investigações.

O professor Gemmell disse: “Então – são enguias gigantes? Bem, os nossos dados não revelam o seu tamanho, mas a grande quantidade de material diz-nos que não podemos descartar a possibilidade de que haja enguias gigantes em Loch Ness.

“Os mergulhadores afirmaram ter visto no lago enguias tão grossas quanto as suas pernas, sejam relatos exagerados ou não – não sei – mas existe a possibilidade de que haja enguias muito grandes presentes no lago. ”, concluiu o professor.





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