Shell “pode morrer” se não fizer a transição verde, admite um dos próprios executivos
Não é todos os dias que lemos declarações de executivos da indústria petrolífera a declarar a morte dos combustíveis fósseis, mas foi o que aconteceu hoje. Martin Haigh, executivo da Shell, explicou ao Financial Times que a petrolífera britânica pode “murchar e morrer” caso não comece a olhar a sério para a pressão das alterações climáticas.
“Se a Shell ficar presa no negócio dos combustíveis fósseis quando o mundo já avançou e quer uma energia de baixo carbono em larga escala, e as outras empresas poderem fazê-lo economicamente e aceitavelmente, então diria que a Shell pode morrer”, explicou Haigh, que falava numa conferência ambiental em Londres.
O responsável explicou que a empresa ainda está a umas décadas de distância desta possibilidade e que o futuro será tudo menos fácil: por um lado, há esta inevitabilidade da transição verde; por outro, a Shell não pode cair no erro de fazer esta transição demasiado rápido. É que, segundo Haigh, a empresa investiu “demasiado cedo” nas energias eólicas e solar, e perdeu dinheiro. “É muito complicado acertar no timing”, explicou.
Segundo conta o FT, o discurso do executivo da Shell foi interrompido por dois protestantes, que subiram ao palco e mostraram um cartaz a pedir à petrolífera para parar com o “greenwashing”, argumentando que a Shell não é tão verde como o seu marketing sugere.
Leia o artigo (em inglês).