Sherpas ponderam boicotar subidas ao Evereste



Vários sherpas nepaleses, os guias locais que ajudam alpinistas a subirem ao Evereste, estão a ponderar boicotar as subidas à montanha, na sequência da mais mortal avalanche de sempre. Na sexta-feira, este fenómeno natural matou 13 sherpas – outros três encontram-se desaparecidos – e os restantes aproveitaram para expor uma série de preocupações ligadas com o seu salário e benefícios de saúde.

Com toda a temporada de escalada posta em dúvida, o Governo nepalês “obrigou” as autoridades de turismo do País a subirem até ao acampamento base, hoje, para negociar com os sherpas e incentivá-los a retomar o trabalho.

O turismo de montanha é essencial para a sobrevivência de milhares de nepaleses, desde os guias a outros agentes de turismo e restante população. Todos os alpinistas dependem dos sherpas para transportarem o seu equipamento, para cozinharem ou simplesmente servirem de guias.

Um guia sherpa pode ganhar €4.300 (RS$ 13.400) por três meses de temporada, quase 10 vezes o salário médio anual do Nepal. Ainda assim, o trabalho é um dos mais perigosos e desgastantes do mundo – centenas de pessoas, entre alpinistas estrangeiros e sherpas, já morreram no Evereste. Um quarto destas mortes ocorreu em avalanches.

Neste momento, cerca de 400 alpinistas estrangeiros de 39 expedições estão na montanha, com um número igual de guias sherpas.

Recorde-se que o Governo nepalês tem estado a rever vária legislação no que toca ao Evereste. Assim, a partir de 2015 todos os alpinistas estrangeiros deverão levar um sherpa e terão de passar a trazer consigo, no regresso, oito quilos de lixo, para começar a limpar o monte gigantesco.





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