Sistema renovável híbrido vai tornar ilha Graciosa praticamente independente em energia



O grupo bracarense DST vai construir o primeiro sistema mundial de energia híbrida na ilha Graciosa, no arquipélago dos Açores, que permitirá à ilha tornar-se praticamente independente de fontes de energia não renováveis, eliminando quase por completo o recurso a combustíveis fósseis.

O projecto prevê de um investimento de €24 milhões, sendo que €15 milhões destes serão responsabilidade do grupo DST. Mal esteja operacional, ele vai levar a que mais de 65% da energia utilizada na ilha seja proveniente de fontes renováveis, como o sol e o vento. A gestão desta energia será feita por um sistema de software desenvolvido pela empresa alemã Younicos, que permite prescindir da central térmica convencional para a regulação da energia, suportado ainda por um sistema de baterias que possibilitará o fornecimento ininterrupto de energia, independentemente da sua proveniência.

Este sistema, que irá definir novos padrões nesta área para as ilhas em todo o mundo, permitirá a redução de gases responsáveis pelo efeito de estufa, resultantes da queima de combustíveis fósseis, com claras vantagens em termos ambientais e de segurança. Terá ainda um impacto positivo na qualidade de vida das populações, bem como na factura económica, uma vez que irá reduzir drasticamente a importação de combustíveis. O projecto, pioneiro na ilha Graciosa, assume-se como uma montra a nível mundial para o desenvolvimento de soluções capazes de proporcionarem qualidade de vida às comunidades, sem descurar o necessário equilíbrio ambiental.

“[Este projecto] coloca a nossa empresa na vanguarda das soluções ambientalmente sustentáveis em termos de produção de energia, através de um sistema completamente inovador a nível mundial e que nos exige todo o know-how e capital de inovação tecnológica que fomos acumulando”, explicou em comunicado José Teixeira, presidente do Conselho de administração do grupo DST.

“Estarmos associados a um projecto que se tornará uma referência mundial para o aproveitamento energético neste tipo de territórios é não só um motivo de orgulho mas também, fundamental, para a oferta de novas soluções ao mercado”, concluiu.

As empresas do grupo de José Teixeira envolvidas nesta empreitada – DST, DTE a DST Renováveis – têm a seu cargo o desenvolvimento e construção das infraestruturas projectadas ao nível da construção civil, em simultâneo com os trabalhos de instalação das redes eléctricas e equipamentos que fazem parte de todo o sistema a instalar, englobando os equipamentos de média e baixa tensão a incorporar quer na central de baterias, com uma capacidade de 2,6 MW, quer na subestação do parque eólico, com uma capacidade instalada de 4,5 MW.

O projecto contempla ainda o desenvolvimento e instalação de um parque fotovoltaico, que integra o sistema de energia híbrido a construir, com uma capacidade instalada de 1 MW.

A obra implica ainda o desenvolvimento de trabalhos da especialidade de aquecimento, ventilação e ar condicionado, telecomunicações e sistema automático de detenção e extinção de incêndios.

“Há um enorme potencial em Portugal, e não só, para este tipo de soluções de armazenamento altamente sofisticadas e modelos de negócio inovadores”, explicou James McDougall, CEO da Younicos. “[Acredito] que os sistemas de energia renovável híbrida e limpa e as microrredes podem substituir a quantidade economicamente ideal do combustível convencional, criando assim uma tripla situação vencedora, quer para os habitantes da ilha e investidores externos, quer para o próprio planeta.”





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