Somos o que comemos: metade das causas de doença e morte estão ligadas a hábitos alimentares
“Somos o que comemos”: a frase é antiga, mas continua a fazer todo o sentido na actualidade. Por motivos variados, nem sempre temos a alimentação mais saudável, com consequências directas na nossa saúde. Dados agora revelados pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) indicam que metade das causas de doença e morte em Portugal estão directamente relacionadas com a alimentação. O consumo excessivo de sal e de açúcar é apontado com um dos principais factores de risco.
“Pelo menos metade das causas de doença e de morte têm relação directa com a alimentação, sobretudo com o excesso de sal, mas também o excesso de calorias, as gorduras de fabrico industrial e o açúcar”, afirmou Francisco George, director-geral de Saúde, numa conferência sobre o Plano Nacional de Saúde, no início da semana.
Francisco George deixou assim um alerta preocupante: quase metade dos portugueses adultos sofrerem de hipertensão, com o consumo excessivo de sal a ser apontado como a principal causa de tão elevados índices para esta doença. Mas como mudar esta situação? Que consequências futuras existirão se esta tendência permanecer?
Uma das metas do actual Plano Nacional de Saúde passa pela diminuição da mortalidade precoce, ou seja, antes dos 70 anos. O aumento da esperança de vida saudável aos 65 anos passaria nos homens a ser de 12,9 anos e de 11,7 anos nas mulheres. Um dado curioso sobre a esperança média de vida para homens e mulheres indica que, muito embora as mulheres vivam em média mais anos que os homens, a sua qualidade de vida diminui a partir dos 65 anos.
Ora, para se conseguir de facto a diminuição efectiva da mortalidade precoce, os hábitos saudáveis terão de estar enraizados desde tenra idade. Para isto, um dos objectivos do Plano Nacional de Saúde para o futuro passa por reduzir a prevalência do consumo de tabaco na população com mais de 15 anos e a eliminação ao fumo ambiental. Com igual importância nesta equação surge o controlo da obesidade na população infantil, na esperança que não haja um aumento dos valores actuais.
Foto: eat this