SPEA convida população a participar em mais um censo de milhafres e mantas nas ilhas



Nos próximos dias 6 e 7 de abril, decorre mais uma edição do censo de milhafres (Buteo buteo rothschildi) e de mantas (Buteo buteo harterti), nos Açores e na Madeira, respetivamente.

Ambas as aves são consideradas subespécies da águia-de-asa-redonda (Buteo búteo), que pode ser encontrada um pouco por todo o território continental.

Todos os anos, desde 2006, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) desafia a população das ilhas a participaram na contagem de milhafres e de mantas, que, afirma, apesar de serem “das aves mais emblemáticas dos dois arquipélagos”, ainda muito falta conhecer sobre elas.

Os principais objetivos da ação são avaliar a densidade das populações insulares de milhafres, nos Açores, e de mantas, na Madeira, saber como usam os seus habitats e documentar os seus comportamentos e envolver a população diretamente na conservação dessas subespécies.

Desde que a iniciativa começou, já mais de 2.000 cientistas-cidadãos participaram, ajudando os cientistas e conservacionistas a aprofundar o conhecimento sobre essas aves de rapina. Aliás, o milhafre é mesmo “a única espécie de ave de rapina diurna residente”, diz a associação.

No ano passado, foram observadas 461 aves no conjunto dos dois arquipélagos: 310 milhafres nos Açores e 151 mantas na Madeira. Esse número revelou um ligeiro aumento face a 2022, ano em que se observaram 380 aves, entre 308 milhafres e 150 mantas.

Na grande maioria dos casos, as aves, tanto nos Açores como na Madeira, têm sido observadas em voo (entre 74% e 81%), e os especialistas da SPEA explicam que “este é, sem dúvida, o comportamento que facilita mais a observação” destas duas subespécies. ‘Pousado num poste ou outros locais’ tem surgido como o segundo comportamento mais observado pelos voluntários.

Nas ilhas açorianas, os milhafres têm sido observados sobretudo em áreas de pastagens, mesmo quando há mais habitat de floresta disponível. Na Madeira, com uma utilização do solo diferente, com predominância de zonas florestais, a maior parte das observações de mantas (46%) ocorreram em floresta.

Com base nos resultados de 2023, a SPEA estimou existirem 2.294 milhafres nos Açores, um aumento face à estimativa de 2022 que apontava para 2.082 indivíduos, e 278 mantas na Madeira, uma subida comparando com os 254 do ano anterior.

Os especialistas dizem que, no que toca ao arquipélago açoriano, o aumento de 2023 foi mais notório nas ilhas de Santa Maria, São Jorge, Terceira e Faial, mas registou-se um decréscimo nas demais ilhas. Na Madeira, o aumento foi maior no Porto Santo.

A SPEA assinala a importância de continuar a fazer este censo anual, bem como a participação da população local nesse esforço, argumentando que “não existe no momento financiamento dirigido ao seu acompanhamento”.





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