Super corais poderão resistir à acidificação dos oceanos



Os níveis de CO2 estão a aumentar, o oceano está a absorver esse CO2 e as águas estão a tornar-se mais ácidas. Isto traduz-se na morte dos corais e, por sua vez, no desaparecimento de condições de habitação ​​propícias a todo o ecossistema do oceano.

Há muita especulação em torno da possibilidade de podermos ou não inverter os valores insustentáveis ​​de CO2 na atmosfera, mas duas cientistas estão a abordar o problema de outra forma: se o CO2 veio para ficar, podemos tornar os corais resistentes às alterações climáticas?

A criação de super corais pode ser parte da solução para a sentença de morte do oceano, de acordo com Ruth D. Gates, da Universidade do Havai, e de Madeleine van Oppen, do Instituto Australiano de Ciência Marinha. A dupla ganhou uma bolsa da Paul G. Allen Family Foundation, no valor de €7.260 (R$ 21.741), com o seu Ocean Challenge.

Os super corais sobre os quais se debruçam são corais que se têm mostrado particularmente resistentes a condições ácidas e temperaturas de água mais quentes. Não são geneticamente modificados, mas sim geneticamente seleccionados.

“De forma semelhante à selecção genética de animais e plantas, os organismos de recifes de coral podem ser seleccionados geneticamente para aumentar a sua capacidade de resistência ao stress ambiental, mas isto ainda não foi tentado”, relataram Gates e van Oppen.

Através da “evolução humanamente assistida” dos corais, as investigadoras esperam criar um conjunto de super corais capazes de serem usados no repovoamento de áreas de recife mortas e na ampliação de recifes artificiais, explica o Huffington Post.

“Trata-se do pré-condicionamento de corais para cenários de alta acidificação”, disse van Oppen. “O nosso objectivo é desenvolver e manter bancos de importância ecológica, com espécies de corais estruturalmente diversas e com ampla distribuição geográfica.”

Mesmo que a ideia funcione, levará um longo caminho até os super corais poderem ser amplamente implementados em todo o mundo – e ninguém sabe como será o mundo globalmente aquecido do futuro.





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