Sustentabilidade nos edifícios reduz até 50% do consumo de energia e 40% no gasto de água



A JLL, empresa de serviços profissionais especializada em imobiliário e gestão de investimento, acaba de lançar um estudo inovador em Portugal onde analisa o impacto da adoção de medidas de sustentabilidade no custo e valor dos imóveis, focando-se no mercado de escritórios.

O documento “Building a New Future With Sustainability” refere que o investimento adicional exigido para implementar medidas de sustentabilidade num edifício não irá muito além dos 5% face ao um imóvel semelhante que não as aplique. Além disso, é explicado que a indústria de construção está a evoluir nesse sentido, pelo que os custos de investimento na sustentabilidade deverão reduzir.

A consultora afirma que apesar dos custos à cabeça serem mais elevados quando se investe num edifício mais sustentável, há evidências de que este tipo de imóveis tenderá a ter um melhor desempenho em termos de atratividade comercial, taxas de ocupação, rendas e custos operacionais. Como a própria explica, não investir num imóvel com certificação de sustentabilidade poderá ter um custo futuro muito mais elevado, uma vez que é expetável a depreciação do valor de um imóvel não sustentável no tempo, assim como o aumento da carga fiscal para penalizar edifícios com emissões de carbono excessivas.

Por outro lado, uma comparação de dois edifícios semelhantes, no mercado de Londres, a JLL apurou um prémio de 6% a 11% na renda dos ativos com certificação em sustentabilidade.

No âmbito dos custos operacionais, a implementação de medidas de sustentabilidade num edifício pode ter um impacto muito relevante, estimando-se reduções de 25% a 50% no consumo de energia, de 40% no gasto de água e de 70% na produção de resíduos.

A JLL refere que apesar de atualmente apenas 3% do stock de escritórios de Lisboa ter certificação de sustentabilidade, há uma crescente aposta dos promotores e investidores neste caminho, visto que 58% dos 230.000 m2 atualmente em construção já incorporam certificações BRREAM, LEED ou WELL.

Numa fase final, a empresa desenvolveu ainda um inquérito junto de clientes corporativos com ativos de escritórios em Lisboa, através do qual concluiu que para 88% dos inquiridos, as questões da saúde e bem-estar são a principal prioridade das estratégias de sustentabilidade no imobiliário e que as motivações principais para a maioria dos investidores investirem em sustentabilidade assentam na responsabilidade social corporativa e no envolvimento com o bem-estar dos ocupantes.

“Continua a existir uma perceção errada do custo/beneficio dos edifícios sustentáveis em Portugal, pelo que estes dados são críticos para perceber o impacto financeiro de um ambiente construído mais sustentável e para apoiar as melhores decisões. Este estudo pretende precisamente mostrar que os edifícios sustentáveis fazem sentido não só pelo seu impacto ambiental positivo, mas também porque geram retornos financeiros efetivos: mitigam risco, baixam custos operacionais, aumentam o prémio das rendas e comprimem as yields, assim resultando num maior valor de venda do imóvel. A sustentabilidade deve ser uma prioridade e estar em cada fase do ciclo de vida do imóvel, indo muito além da certificação. E mais do que isso, vai tornar-se a norma no futuro. Não fazer nada já não é opção”, afirma o diretor geral da JLL, Pedro Lancastre.

Caetano de Bragança, Head of Sustainability, nota ainda que “a procura e o interesse por serviços de sustentabilidade aumenta todos os dias. Uma estratégia de sustentabilidade para edifícios não é só uma forma de respeitar o ambiente, como também melhora a experiência, a saúde e o bem estar dos ocupantes. Os nossos clientes têm a consciência que a adoção de uma estratégia de sustentabilidade é o caminho certo para um negócio responsável, resiliente e com futuro. Estas estratégias passam por olhar aos edifícios e transformá-los, para que consigamos viver harmoniosamente com o nosso planeta. O mundo caminha nesse sentido e queremos ser o parceiro de eleição dos nossos clientes no seu percurso de sustentabilidade, em todas as fases dos processos de decisão, desde a conceção, à implementação e à otimização”.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...