Taxa de carbono poderia substituir imposto extraordinário em Portugal
A ideia é do vice-presidente do PSD, que defende que se os poluidores nacionais pagassem dez euros por cada tonelada de CO2 emitida para a atmosfera a receita obtida seria a mesma que aquela que vai ser conseguida com o imposto extraordinário. Para Jorge Moreira da Silva, cortar 50% do subsídio de Natal dos portugueses foi uma solução expedita e rápida para o desvio orçamental, mas, a longo prazo, seria preferível que fosse apenas a poluição a pagar a factura.
Como primeiro orador na Universidade de Verão do partido do Governo, que decorre até domingo em Castelo de Vide, o social-democrata recuperou um tema que já tinha abordado numa recente entrevista ao semanário Expresso. “Deve-se caminhar para menos impostos sobre o trabalho e sobre a riqueza e para mais impostos sobre a degradação de recursos naturais e sobre a poluição”, removendo alguns subsídios “quase ilegítimos” a algum tipo de indústria poluidora, defendeu o também director na ONU para a Economia, Energia e Alterações Climáticas, citado pelo Público.
Numa aula intitulada “Ambiente e Energia: O Que Temos de Fazer”, Moreira da Silva falou sobre as prioridades no mundo para combater as alterações ambientais e criticou o anterior Governo por não fazer acompanhar a criação de energias alternativas por um plano de corte na energia que se gasta em Portugal.
Para o responsável, deve ser feita uma “recomposição das funções do Estado e onde é que o Estado deve estar e não estar”, se queremos que o país cresça de forma sustentável. Esses cortes deverão constar no Orçamento de Estado, acrescentou, depositando confiança no primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que, até agora, “não falhou nenhum dos prazos que tinha previsto”.