Teresa Lacerda, LxMarket: “O core business do LxMarket é a venda em 2ª mão – 2ª mão de primeira”



Tem roupa em segunda mão, que já não usa, e quer vendê-la? E livros, discos, máquinas fotográficas, peças de design, mobiliário vintage, óculos, sapatos ou carteiras? Se a resposta é positiva e vive em Lisboa – ou perto – tente fazer negócio no LxMarket, um evento do LX Factory para a venda de produtos vintage e em segunda mão.

O Green Savers falou com Teresa Lacerda, uma das quatro caras por trás deste projecto, e explica-lhe, tintim por tintim, porque razão a reutilização fará cada vez mais parte do dicionário do dia-a-dia dos cidadãos. Leia a entrevista. (Na foto, Teresa Lacerda está de blusão verde).

Como surgiu a ideia e oportunidade de lançar o LxMarket?

Nasceu de uma organização de um evento no LX Factory, em Outubro, para a venda de produtos em segunda mão e vintage, entre uma rede de amigos e conhecidos. Foi um sucesso e daí surgiu a oportunidade de substituir a Feira na fábrica, que precisava de ser dinamizada e reposicionada.

Quantas pessoas são responsáveis pelo projecto?

Somos quatro responsáveis, divididos pelas várias áreas que compõem o projecto: Administrativa e logística; comercial; marketing e comunicação; e financeira.

Qual o investimento no lançamento do LX Market e quanto pensam facturar em 2012?

O investimento foi de €50 mil e, no primeiro ano, contamos facturar €120 mil. Contamos amortizar o investimento em três anos.

O LX Market vende produtos em segunda mão. Que produtos?

O core business do LxMarket é a venda em segunda mão – segunda mão de primeira – dos produtos mais variados. Tão variados quanto a imaginação dos participantes quiser. O objectivo é que qualquer pessoa possa vender o que já não usa mas tem guardado em casa, no trabalho, na garagem. Todos os produtos passam por uma aprovação nossa, porque o estado das coisas que se vendem tem de ser bom. A roupa também precisa de estar bem apresentada.

Até agora já tivemos roupa, livros, discos, máquinas fotográficas, peças de design, mobiliário vintage, óculos vintage, sapatos, carteiras, peles, coisas de marca, coisas semi-novas.

Para além de produtos em segunda mão, que outros produtos vende o LxMarket?

Para além dos produtos em segunda mão temos acessórios, fotografias, compotas, doçaria caseira, decoração, azeite de produtores nacionais, plantas aromáticas, flores e produtos de autor, como objectos de design, t shirts, candeeiros com material reciclável e reusado, cadeiras.

Quantas edições já realizaram e, em média, quantos visitantes têm por edição?

Realizaram-se quatro edições e os visitantes têm vindo a aumentar de mercado para mercado. Temos como objectivo receber milhares de visitas cada domingo, estando a ser feita uma forte aposta na comunicação do LXMarket, tanto para os lisboetas como para os turistas. Estamos muito no início para fazermos uma contagem.

E como tem sido a receptividade dos participantes e vendedores?

Bastante positiva. Estamos presentes no mercado ao domingo e falamos com todos os participantes, para que não fiquem sem resposta às suas dúvidas ou sugestões. Têm-nos passado a mensagem de que existe uma organização e que se sentem apoiados e incentivados. Ajudamo-los a obterem ferramentas de comunicação para melhorarem a apresentação e aumentarem as vendas. Instituímos um prémio para a melhor banca da semana, no sentido de incentivarmos a qualidade das presenças. Sentimos o feedback deles na nossa página do Facebook e nos emails que nos enviam.

Qual é, exactamente, o vosso papel? Vendem e promovem o espaço?

O LxMarket tem a seu cargo toda a organização do evento. Alugamos o espaço aos vendedores e, por outro lado, criamos uma dinâmica ao longo do dia, com música ao vivo de todos os géneros. Promovemos IPSS para que divulguem o seu trabalho e há bancas de comidas e bebidas. A partir de Março temos um lounge onde as pessoas podem descontrair e encontrar-se.

Para além disso, fazemos a promoção nos canais de comunicação habituais, com grande incidência na internet, claro.

A reutilização é uma das faces mais elogiadas da sustentabilidade. Porque razão ainda há tão poucas lojas de roupa (e outros objectos) em segunda mão, a exemplo do que já acontece noutros países?

Por um lado, Portugal viveu anos de consumismo desenfreado. Por outro, somos um país pequeno, demoramos mais tempo a absorver as novas tendências e a responder a elas. Cada vez mais estamos preparados para aceitar que a reutilização é uma solução e um caminho que devemos seguir.

Este é um segmento que deverá “explodir” nos próximos tempos?

Acredito que sim. A tendência mundial assim o dita. A economia cada vez se vai tornar mais sustentável e nós vamos encontrando outras soluções para colmatar as dificuldades que vivemos. No caso do Lx Market, vemos pessoas que têm as suas profissões e que, ao domingo, tentam lançar novos negócios, com a família e ou amigos, para ajudar no orçamento familiar.

O “não quero” e “deito fora” caiu em desuso. Até me arrisco a dizer que é ofensivo.

O LX Market é um projecto pontual ou há a intenção o continuar a médio e longo prazo?

Claro que é continuar. É um projecto que demora a consolidar, a desenvolver. Ainda estamos na fase do bebé e o nosso objectivo é que o LxMarket se torne parte da nossa cidade.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...