Torres ao Centro: como o centro histórico de Torres Vedras se reinventou



Há vários anos que a autarquia de Torres Vedras sentia necessidade de recuperar e revitalizar o seu centro histórico. Em 2008 decidiu deitar mãos à obra e candidatou-se ao instrumento de Políticas de Cidades POLIS XXI “Parcerias para a Regeneração Urbana”, através do Programa Operacional do Centro “Mais Centro”.

Assim nasceu o Torres ao Centro, que traduziu a “necessidade sentida pela Câmara Municipal de Torres Vedras de promover uma operação integrada de regeneração urbana capaz de contrariar os principais problemas da desertificação demográfica, de desqualificação urbanística e de deterioração do tecido económico e social do centro histórico da cidade”, como explica Carlos Figueiredo, da Unidade de Planeamento Estratégico e Territorial da autarquia, ao Green Savers. O objectivo era transformar o centro histórico num “espaço urbano de referência, altamente qualificado do ponto de vista urbanístico e ambiental e atractivo do ponto de vista social, económico e cultural”.

Esta nova visão estratégica de intervenção da autarquia materializou-se em 15 projectos, que foram agrupados por quatro dimensões: urbana, económica, social e cultural. Sete anos volvidos, os 15 projectos encontram-se concluídos e o centro histórico renovado.

Entre as principais intervenções destacam-se a requalificação de vários arruamentos e largos, do mercado municipal, do invernadeiro e de outras estruturas. Foram ainda introduzidos pequenos autocarros eléctricos no centro da cidade e instalada cobertura wi-fi.

Renascimento do núcleo unitário da cidade

Após os vários planos de intervenção, o centro de Torres Vedras está agora mais unido e preservado, o que atrai cada vez mais pessoas para o espaço público. “O Torres ao Centro tem contribuído para o renascimento do centro histórico da cidade enquanto núcleo identitário e agregador da cidade, revelando-se um instrumento agregador de uma nova consciência urbana por parte da população residente e visitante. Tem igualmente gerado uma nova atractividade externa e modos de apropriação mais sustentáveis do tecido urbano, resultantes, por um lado, da qualidade e diversidade dos serviços e equipamentos de âmbito económico, social e cultural disponibilizados e, por outro, da requalificação urbanística e ambiental operada nos espaços públicos”, afirma Carlos Figueiredo.

Embora os 15 projectos de intervenção estejam já concluídos, Carlos Figueiredo não descarta a hipótese futura de o âmbito do Torres ao Centro ser alargado a outras áreas da cidade. “O Torres ao Centro constitui-se como um modelo adoptado ou processo de intervenção passível de replicação ou transposição para outros domínio ou contextos, relevando potencial de expansão, amplificável à totalidade do centro histórico da cidade”.

Pelo sucesso com que foi implementado e pelos resultados urbanos, o Torres ao Centro foi distinguido na edição de 2014 dos Green Project Awards. “A distinção traduz o reconhecimento externo da qualidade e relevância do trabalho desenvolvido pelo município, em articulação com os restantes parceiros locais, nos domínios da regeneração urbana e do desenvolvimento ambiental sustentável”, aponta o representante autárquico. “Torres Vedras é e quer ser cada vez mais um município conhecido e reconhecido pela excelência ambiental, urbanística e cultural do seu território e pelo seu papel activo e liderante na implementação de políticas assentes nos princípios do desenvolvimento sustentável, da eficiência energética e da mitigação e adaptação às alterações climáticas.

O programa Torres ao Centro representou um investimento total de mais de €9 milhões, com uma comparticipação de perto de €6 milhões do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Este artigo faz parte de um vasto trabalho sobre os vencedores do Green Project Awards 2014. Todos os vencedores da iniciativa portuguesa podem ser consultados neste link.

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Fotos: Câmara Municipal Torres Vedras 





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