Três detidos devido a corte de estrada em Lisboa por jovens do Climáximo
Três ativistas do grupo ambientalista Climáximo, que tem vindo a alertar para a crise climática, foram ontem detidos pela PSP após terem participado num corte de estrada em Lisboa, confirmou à agência Lusa fonte policial.
Segundo a mesma fonte, os três detidos foram levados para a esquadra 31 da PSP (Rego, Lisboa) ficando com Termo de Identidade e Residência (TIR).
Entretanto, um comunicado do grupo Climáximo enviado à Lusa refere que hoje à tarde sete apoiantes “pararam mais uma estrada, desta vez no cruzamento entre a avenida 5 de Outubro e a Avenida de Berna”.
Segundo o Climáximo, naquele local “contestaram em espaço público a legitimidade da democracia portuguesa”, tendo três dos seus membros sido detidos pela PSP. Esta terá sido a sexta ação de protesto do grupo ambientalista que já atirou ovos com tinta verde ao ministro do Ambiente, partiu a vidraça da empresa REN e interrompeu o trânsito na segundo circular em Lisboa, entre outras manifestações.
O grupo diz pretender alertar para “o falhanço da democracia portuguesa face à crise climática”, exigindo “criar um debate público pelas próprias mãos”.
No comunicado, o Climáximo, lembra que no domingo passado “12 foram retidas pela polícia por estarem a conversar perto da maratona da EDP, num processo que quebrou a lei múltiplas vezes”.
“Sabemos que é nisto que o estado prefere gastar os seus recursos em vez de garantir a sobrevivência dos seus cidadãos, ou a dignidade dos trabalhadores da indústria fóssil”, declara o grupo, referindo-se aos acontecimentos de domingo.
O Climáximo reclama que “há muito que o estado e as empresas sabem das mortes e destruição que causam com a crise climática”, pelo que argumentam: “Se são eles os culpados desta guerra, teremos de ser nós a criar democracia”.
“Temos de construir paz onde existe emprego digno, onde transportes coletivos e a produção de energia não são responsáveis pela morte de milhares de pessoas, onde a vida é colocada no centro. Para isso ser possível, é preciso desarmar a indústria fóssil através de resistência popular – e só o poderemos fazer com toda a sociedade. Se foi preciso quebrar a normalidade em todos os momentos históricos de injustiça, este não será excepção”, conlui o Climáximo, através do seu porta-voz António Assunção.