Três maneiras de melhorar as metas para a neutralidade de carbono
O impacto das alterações climáticas na nossa sociedade é cada vez mais notório. À medida que a comunidade científica vai relacionando os acontecimentos e revelando novas previsões para o futuro, torna-se também evidente a necessidade de as combater.
O Acordo de Paris estabelecido na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas tem um objetivo bem claro de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em relação aos níveis pré-indústrias. É por isso necessário que os países desenvolvam estratégias que permitam baixar os níveis de emissões de gases de efeito de estufa, e criem uma mudança nos vários setores, de forma a que a sustentabilidade e a economia circular estejam presentes nas suas metas.
De acordo com um novo artigo publicado na revista científica Nature, os países e as empresas não estão a ser concisos e eficazes nas suas metas. Nem sempre são feitas as melhores escolhas, cada um tem o seu foco principal, e por vezes as missões não são reduzidas, são apenas compensadas.
Os autores sublinham que é necessário que estas metas sejam mais “justas, rigorosas e transparentes”. Nesse sentido, indicam três pontos que devem ser aplicados para melhorar as metas de neutralidade de carbono:
- Definir um alvo – As metas devem identificar quais são as fontes de emissão, os gases emitidos, quando a neutralidade será alcançada e se o seu objetivo é reduzir, compensar ou acabar de vez com as emissões.
- Justiça – As metas definidas devem ser adaptadas aos países e às empresas em questão. Não pode existir um caminho igual para todos. “O que é considerado ‘justo’ difere entre países e comunidades. Todos eles estão em diferentes estágios de desenvolvimento, com uma variedade de oportunidades, financiamento e recursos disponíveis, e diferentes contribuições para o aquecimento global”, apontam os autores.
- Roteiro a longo prazo – As metas devem incluir um marco, um objetivo a alcançar. Para isso, deve ser elaborado um plano a desenvolver e uma declaração que descreva as intenções a longo prazo de se tornarem neutros em carbono ou carbono negativo (retirar carbono da atmosfera – mais do que o que emite).