Trienal de Arquitetura de Lisboa encerra hoje mas há exposições que continuam



A 6.ª edição da Trienal de Arquitetura de Lisboa, intitulada “Terra”, que desde 29 de setembro tem vindo a apelar à ação ambiental na sua programação, encerra hoje, mas quatro exposições continuam até 2023.

Das exposições da programação encerram hoje “Reatroativar”, no Museu de Arte, Tecnologia e Arquitetura, “The Clothed Home”, “Cidades (Des)feitas por infrae-estruturas de transporte segregadas” e “Terra Infirma- Terra Incognita”, no Palácio Sinel de Cordes, segundo a programação.

Continuam para 2023 as exposições “Multiplicidade”, “Ciclos”, “Inquietação” e “River Somes”, bem como, até 12 de fevereiro, as visitas de grupos às exposições e as atividades das escolas.

“Multiplicidade”, com curadoria de Tau Tavengwa, do Zimbabué, e Vyjayanthi Rao, da Índia, patente no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC-MC), que explora a forma como a arquitetura e a prática projetual se estão a adaptar a um período marcado por desigualdades sociais e mudanças climáticas, vai continuar patente até 08 de janeiro.

A exposição “Ciclos” estará patente no Centro Cultural de Belém até 12 de fevereiro, com curadoria dos chilenos Pamela Prado e Pedro Ignacio Alonso, apresentando “várias estratégias nas práticas arquitetónicas que migram do modelo linear para o circular, no caminho da sustentabilidade, economia e memória”, segundo a programação.

Das exposições de projetos independentes, vai continuar até 26 de março “Inquietação: Arquitetura e energia em Portugal”, na Galeria da Avenida da Índia, com curadoria de Lars Fischer e Kim Försterque, que reflete sobre o emaranhado entre arquitetura e energia no século XX, utilizando Portugal como exemplo e tendo em conta as transformações atuais no mundo.

“River Somes”, nas Carpintarias de São Lázaro, é um projeto que propõe a regeneração e renaturalização fluvial para interligar as diversas comunidades que habitam a cidade de Cluj-Napoca, na Roménia, e relacioná-las com a fauna e flora locais, já muito afastadas do seu habitat natural nas margens do rio Somes. Esta exposição ficará patente até 30 de dezembro.

Com curadoria-geral dos arquitetos Cristina Veríssimo e Diogo Burnay, dupla portuguesa fundadora do ateliê CVDB, o evento decorreu em vários espaços culturais da capital, focados na forma como a arquitetura pode contribuir para a sustentabilidade da vida nas cidades.

Além das quatro exposições principais, foram apresentados 16 projetos independentes, selecionados entre as 67 candidaturas recebidas em concurso, algumas no Palácio Sinel de Cordes, sede da Trienal, na capital, e outras em espaços da Área Metropolitana de Lisboa.

No início deste ano, quando o conceito e os curadores foram apresentados, o presidente da Trienal de Arquitetura de Lisboa, José Mateus, chamava a atenção para a “predadora” ação humana, centrada na exploração intensiva de recursos.

“[Essa exploração] bem como a produção de lixo, estão a ter consequência dramáticas no planeta, e é preciso passar à ação”, urgiu, na altura, pedindo “novas políticas e novas formas de organização das cidades, para mudar o atual paradigma”.

Por seu turno, os curadores decidiram não traduzir a palavra Terra para o inglês (neste evento internacional), por “possuir um significado tão profundo em português”, indicaram, numa entrevista à agência Lusa, em abril.





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