Ucrânia: UE alerta que invasão constitui um recuo no combate às mudanças climáticas
O chefe da Unidade para as Relações entre a União Africana e o Grupo dos Estados ACP na Comissão Europeia alertou ontem que a “agressão russa da Ucrânia” constitui um retrocesso no combate às mudanças climáticas.
Domenico Rosa referiu-se ao impacto para o clima da invasão da Rússia à Ucrânia, quando falava sobre o tema “Desafios globais da cooperação sobre mudança climática visando a adaptação e mitigação na véspera da COP 27”, no âmbito da 42.ª Sessão da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, que decorre em Maputo.
“A agressão russa da Ucrânia constitui um retrocesso no compromisso global de redução do uso de energias fósseis”, destacou Rosa.
Aquele responsável assinalou que o recuo na luta contra as alterações climáticas vai agudizar a exposição dos países vulneráveis aos desastres ambientais.
Apesar dos contratempos provocados pela invasão da Rússia à Ucrânia, prosseguiu, a UE continua empenhada na implementação de políticas que permitam a adaptação a formas de vida que possam mitigar os efeitos sobre o clima.
“Todos os países devem manter a relevância da adaptação e da mitigação dos impactos das alterações climáticas”, enfatizou Domenico Rosa.
Rosa salientou que a próxima cimeira do clima, agendada para o Egito, deve resultar em compromissos concretos de adoção de políticas e práticas que travem o aquecimento global.
Esse objetivo, continuou, deve ter expressão em metas quantificáveis na reversão do aumento da temperatura, redução de emissões e na descarbonização.
“A adaptação climática deve ter uma dimensão sistémica, integrando todos os aspetos da vida das sociedades”, frisou.
Domenico Rosa defendeu a mobilização de mais recursos financeiros para a luta contra as mudanças climáticas, por via de um maior envolvimento do setor privado e das instituições financeiras multilaterais.