Ucrânia: UE vai fornecer 2 gigawatts de eletricidade



A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que os Estados-membros fornecerão dois gigawatts de eletricidade à Ucrânia, para fazer face às quebras provocadas pelos bombardeamentos da Federação Russa a infraestruturas energéticas.

No passado, “foi a Ucrânia que exportou eletricidade” para os países da União Europeia (UE), recordou von der Leyen, durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em Kiev, no âmbito da cimeira entre a UE e o país que há quase um ano foi invadido pela Rússia.

“A Ucrânia necessita de eletricidade e nós vamos providenciá-la em dois gigawatts com a ajuda dos Estados-membros. Esta é a face de solidariedade da Europa que queremos mostrar”, sustentou a presidente da Comissão.

Ursula von der Leyen considerou que é importante haver uma “recuperação rápida” das infraestruturas danificadas “pelas bombas de Putin”, por isso, a UE vai avançar com um plano de recuperação rápida, que “está incluído no processo maior de recuperação” em que o bloco comunitário está envolvido.

A “primeira tranche” vai estar disponível em breve para “assegurar que a recuperação está no terreno o quanto antes”, completou von der Leyen, para que a Ucrânia “possa começar imediatamente” a reparação de edifícios, estradas, escolas e hospitais destruídos pelos bombardeamentos.

A presidente da Comissão, que juntamente com o Charles Michel está em representação dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia – por razões de segurança-, reforçou a ideia de que “o criminoso tem de pagar e ser responsabilizado” pelos “crimes de guerra”.

Os procuradores da União Europeia e da Ucrânia “está preparados” e há “vontade política” para procurar provas de crimes de guerra e encontrar os culpados.

Na quinta-feira, von der Leyen tinha anunciado que o 10.º pacote de sanções à Rússia vai estar pronto até 24 de fevereiro, dia em que se assinala um ano desde o início da guerra, concentrando-se “em tecnologia que pode e não devia ser utilizada” no armamento russo, nomeadamente, “componentes de ‘drones’”.

A EU também vai prolongar os protocolos estabelecidos há cerca de um ano para possibilitar o acesso da Ucrânia ao comércio europeu “sem tarifas”.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.





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