UE e Brasil lançam bases para cooperação que inclui tema da desflorestação
O vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, reuniu-se pela primeira vez com Lula da Silva desde a sua eleição como Presidente do Brasil, para semear uma futura cooperação, incluindo sobre desflorestação, afirmaram hoje fontes da União Europeia.
Durante a reunião, “lançaram uma boa base para a cooperação futura entre a UE [União Europeia] e o Brasil, incluindo em matéria de desflorestação”, afirmaram fontes da UE à EFE, sem fornecerem mais pormenores sobre a reunião, que se realizou à porta fechada à margem da cimeira climática da COP27.
Numa entrevista, Timmermans já tinha anunciado que se encontraria com Lula da Silva e sublinhou que a desflorestação é “uma das prioridades da UE” e esperava que, juntamente com o Brasil, pudesse “desenvolver algumas ideias realmente boas” nesse campo.
Na quarta-feira, o Presidente eleito brasileiro anunciou ao mundo, a partir de Sharm el-Sheikh, no Egito, que “o Brasil está de volta” ao caminho do combate às alterações climáticas, após quatro anos de “negação climática” pelo seu antecessor, Jair Bolsonaro.
Na sua primeira visita ao estrangeiro desde que ganhou as eleições presidenciais de 30 de outubro, o veterano político aproveitou a ocasião para confirmar que as alterações climáticas no seu país, o maior guardião da floresta tropical amazónica, terão o “mais alto perfil na estrutura” do seu Governo e que “os crimes ambientais serão combatidos incessantemente”.
O futuro Presidente brasileiro, que assumirá o cargo em 01 de janeiro de 2023, anunciou na quarta-feira o seu desejo de organizar a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) COP30, em 2025, na Amazónia brasileira, num evento organizado num espaço dedicado aos governos regionais da Amazónia brasileira em Sharm el-Sheikh.
Lula da Silva destacou que é importante que uma conferência do clima aconteça no Brasil, país que abriga cerca de 65% da maior floresta tropical do planeta, por considerar importante que “as pessoas que defendem a Amazónia, que defendem o clima conheçam de perto o que é aquela região” para que possam discutir a Amazónia “a partir de uma realidade concreta”.
Sob a presidência de Jair Bolsonaro, a desflorestação média anual aumentou 75% em comparação com a década anterior, tendo atingindo 904 quilómetros quadrados em outubro.