UE e Embaixada de Portugal em Brasília premeiam projetos ambientais criados por jovens
Cinco projetos de cariz ambiental, desenvolvidos por jovens brasileiros, foram hoje distinguidos pela delegação da União Europeia (UE) no Brasil e pela Embaixada de Portugal em Brasília com o prémio “Diplomacia Verde”.
Em declarações à Lusa, o embaixador português, Luís Faro Ramos, salientou o facto de os vencedores terem sido anunciados hoje, precisamente no Dia Mundial da Educação, uma vez que o prémio está diretamente relacionado com a “educação, preservação do meio ambiente e sustentabilidade”.
Neste que é o segundo ano em que a União Europeia atribuiu o prémio “Diplomacia Verde”, estiveram a concurso 41 projetos em prol da preservação ambiental, entregues por jovens de várias partes do Brasil.
“O prémio é visto por nós como parte de um grande esforço que estamos a fazer para tocar nestes temas [ambientais] com o Brasil e o foco é muito dirigido aos jovens. (…) Para nós, é muito importante ver como os jovens brasileiros veem esta questão ‘verde’ (…), mas quisemos colocar uma mensagem de maior urgência, com o slogan “Meio ambiente: é urgente agir!”, explicou à Lusa o embaixador da UE no Brasil, Ignácio Ibañez.
Do total de 41 projetos apresentados, foram escolhidos cinco vencedores, um por cada categoria do concurso, de acordo com os critérios de relevância, criatividade, qualidade, inovação e real impacto da ação para o meio ambiente.
Na categoria “Soluções verdes e sustentáveis para áreas urbanas” foi distinguido o projeto “Guará Ecológico”, no Distrito Federal; na categoria “Crescimento verde, sustentável e inclusivo, e inovação ecológica” saiu vencedor o projeto “Elaboração de um material sustentável, multicamada e biodegradável para aplicação em embalagens alimentícias”, na cidade de Diadema, em São Paulo.
Já o projeto “Piracema – Programa de Multiplicadores”, de Belém, no Estado do Pará, venceu a categoria de “Adaptação às mudanças climáticas” e o “CYGLE Ambiental – Recolha seletiva em condomínios residenciais, de Niterói, no Rio de Janeiro, foi o vencedor em “Gestão de resíduos”.
Por fim, a categoria “Proteção dos Oceanos”, vinculada a Portugal, foi vencida pelo projeto “Biologia Marinha Bióicos”, no município de Ubatuba, em São Paulo.
“Gostaria de salientar a categoria dos “Oceanos”, porque é um tópico da maior importância para Portugal desde sempre. Nós organizaremos, com o Quénia, a Conferência Mundial sobre os Oceanos, e, por isso, tudo o que tem a ver com os Oceanos é salientado por nós. O projeto que ganhou o prémio nesta categoria é patrocinado pela ‘National Geographic’ e é interessantíssimo porque tem a ver com a Biologia Marinha”, explicou o diplomata português.
De acordo com Faro Ramos, nessa categoria foram ainda atribuídas duas menções honrosas: ao projeto “Maré de Ciência”, sobre a cultura oceânica, e ao “EducaOcean”, sobre limpeza de praias
Apesar de o concurso ter decorrido no Brasil, este está diretamente ligado a Lisboa, pelo facto de a cidade portuguesa ter recebido o título de “Capital Verde da Europa” em 2020.
“Em 2020, Lisboa foi escolhida como Capital Verde Europeia e isso foi resultado dos esforços da cidade, e a conexão que Lisboa tem com o Brasil tornou este projeto muito mais fácil. (…) Insisto que qualquer coisa que possamos apresentar no Brasil, com a experiência portuguesa, tem uma capacidade de ser compreendida e seguida muito mais forte”, avaliou Ignácio Ibañez.
O júri foi composto por representantes da Delegação da União Europeia no Brasil e de países membros, nomeadamente da Alemanha, Bélgica, Finlândia, França, Portugal e Suécia.
A cerimónia de entrega dos prémios (computadores, câmaras fotográficas e tablets) será realizada em formato digital, em 16 de junho, e conta ainda com a parceria do Camões – Centro Cultural Português em Brasília.