UE tem de encurtar fosso de investimentos estratégicos para atingir metas



A capacidade de a União Europeia (UE) alcançar os objetivos da transição digital e combater as alterações climáticas depende da quantidade de investimento e há um fosso de 481 mil milhões de euros que é necessário colmatar, conclui um estudo.

De acordo com um relatório divulgado hoje pelo Bruegel, uma organização que analisa temáticas político-económicas relacionadas com a UE, os Estados-membros têm de acelerar o cumprimento dos objetivos a que se propuseram para, de facto, alcançá-los.

Os investigadores que coordenaram o estudo, Maria Demertzis, David Pinkus e Nina Ruer, a pedido do Governo belga (que tem a presidência rotativa do Conselho da UE nos primeiros seis meses de 2024), apontaram que a capacidade da União de “alcançar os objetivos a longo prazo, primeiramente as transições climática e digital, e de conseguir uma maior resiliência económica, vai depender crucialmente de como é investido e daquilo que é investido”.

Para duas transições principais, os Estados-membros da UE têm de encurtar um fosso de pelo menos 481 mil milhões de euros até 2030.

“Fechá-lo é necessário para que a UE atinja estes objetivos estratégicos e vai depender da utilização eficaz de recursos públicos e da mobilização do investimento privado”, dão conta os analistas.

Para isso propõem um “investimento estratégico” no contexto da União Europeia, que estabeleça condições para investimento cofinanciado e defendem que tem de haver benefícios transfronteiriços.

Por exemplo, “infraestruturas energéticas e de conectividade com influencia transfronteiriça, e estruturas que incentivem a inovação e promovam a segurança económica e resiliência ao nível” do bloco comunitário como um todo.

Os analistas do Bruegel olharam para vários projetos considerados estratégicos para a União e também para programas públicos dos 27 Estados-membros para “identificar as melhores práticas de gestão do investimento público”.

Com base na análise, concluíram que há “uma falta de continuidade na maneira como a UE procurou investimento, no sentido em que os programas têm sido finitos e esporádicos”. Por isso, propõem a criação de “diferentes fontes de financiamento e objetivos que se sobrepõem”.

“Propomos a criação de um fundo permanente e dedicado para os investimentos estratégicos europeus”, perspetivam os investigadores, acrescentando que devia estar alocado ao quadro financeiro plurianual da UE.

O fundo deveria ser gerido pelo Banco Europeu de Investimento (BEI).





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