UE vai tomar medidas para que espécies invasoras não cruzem as fronteiras



A nova proposta do Regulamento do Parlamento e do Conselho europeu relativa às espécies exóticas invasoras, recém-aprovada, prevê medidas para impedir a introdução de animais e plantas exóticas trazidas de outras partes do mundo – e que podem causar danos à fauna e flora nativa, bem como afectar negativamente a saúde humana e economia.

Segundo explicam a Quercus e o European Environmental Bureau (EEB), esta proposta “é um primeiro passo importante para resolver o caos que as espécies exóticas causam sobre o ambiente”. Ainda assim, ela fica “muito aquém do necessário e põe severamente em causa a eficácia dos planos de combate às espécies exóticas e invasoras, propondo um limite arbitrário de 50 espécies quando, potencialmente, existem 1500 espécies de grande impacto para a saúde, economia e ambiente”

O problema das espécies exóticas invasoras já foi identificado na Estratégia de Biodiversidade da Comissão a partir de 2010, como uma prioridade para cumprir de acordo com as metas de manutenção da biodiversidade na Europa para 2020.

Além de colocar em causa as populações de plantas e animais nativos da Europa, as espécies exóticas invasoras estão a causar, na Europa, um prejuízo anual estimado de pelo menos €12 mil milhões, de acordo com um estudo de 2010.

Em Portugal, segundo a Quercus, são “bem conhecidas” algumas espécies exóticas invasoras, como a mimosa (Acacia dealbata), proveniente da Austrália, o Lagostim-vermelho-do-Luisiana (Procambarus clarkii) proveniente da América do Norte, o Jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) proveniente da América do Sul e o Alburno (Alburnus alburnus) – peixe da Europa central recentemente introduzido na Península Ibérica. “Estas espécies, e outras menos conhecidas, têm causado ao longo dos anos milhões de euros de prejuízos sem que as autoridades competentes tenham tomado qualquer medida séria para combater a expansão das mesmas”, frisa a ONG.

A associação diz ainda que, com as alterações climáticas, a destruição dos habitats na Europa (como, por exemplo, a construção das barragens, como a do Tua e as do Tâmega) e o aumento do comércio global e das viagens, este problema deverá agravar-se ainda mais, pelo que a proposta de legislação da UE está “muito atrasada”.

Ainda assim, a Qercus saúda “o foco na prevenção de introduções, que é mais eficaz do que lidar com as espécies problemáticas depois de introduzidas”. A identificação das principais rotas de introdução também é fundamental e deve minimizar ou eliminar as introduções não intencionais, como é comum acontecer nas viagens turísticas, nas importações para as actividades de silvicultura, na pesca em águas interiores, na indústria de animais de estimação e na agricultura.





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