EIA apela a mudança global no transporte marítimo de pellets de plástico



Foi a 20 de maio que o navio X-Press Pearl começou a arder junto ao porto da cidade de Colombo, no Sri Lanka. Junto com a destruição do navio, foram derramados 1.680 toneladas de pellets de plástico e quase 10 mil toneladas de outros plásticos no oceano.

O acontecimento provocou variados danos à região, tanto ambientais, como sociais e económicos, a longo prazo. Cerca de 750 quilómetros da costa sofreram com a poluição, centenas de espécies marinhas morreram, os ecossistemas foram danificados, o plástico inundou as praias, os pescadores viram o seu trabalho interrompido, e o turismo ficou sob risco na região.

No caso dos pellets, como define a Environmental Investigation Agency (EIA), “são pequenos discos do tamanho de lentilhas que medem 5 milímetros ou menos. Eles são a matéria-prima da indústria de plásticos, derretidos e moldados por empresas de manufatura em produtos plásticos”. Como são tão pequenos, estes pellets são facilmente perdidos na natureza, pondo em risco a vida no mar e, posteriormente, de toda a cadeia alimentar. Por ano, são perdidos 10 mil contentores no mar, e a maior parte deles contêm este tipo de pellets e outros tipos de plástico.

No entanto, apesar de estes agirem como “esponjas tóxicas” e de serem ingeridos por uma grande variedade de espécies, não são considerados “poluentes perigosos e persistentes” – algo que a EIA quer mudar a nível global.

Nesse sentido, a organização juntou-se a outras ONGs do Sri Lanka para apelar à integração dos pellets de plástico nas mercadorias classificadas como perigosas pela Organização Marítima Internacional (IMO), a fim de haver um maior cuidado no seu transporte por via marítima. Foi ainda criada uma petição, para ajudar a trazer este assunto para o centro da discussão na reunião do Comité de Proteção do Meio Ambiente Marinho da IMO.

Entre 22 e 26 de novembro o Comité esteve reunido para discutir vários assuntos, tendo sido acordada uma revisão da Estratégia Inicial para a redução de emissões de gases com efeito de estufa dos navios. O documento submetido sobre o assunto do Sri Lanka foi abordado e encaminhado para a Subcomissão de Prevenção e Resposta à Poluição, para melhor discussão.





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