Um terço da humanidade viverá em zonas de calor extremo até 2070



Dentro de 50 anos, um terço da população mundial poderá sofrer com o aumento da temperatura global se emissões de gases poluentes não forem reduzidas. Assim, em 2070, estima-se que cerca de 3,5 mil milhões de pessoas poderão estar a viver em zonas de calor extremo ao redor do mundo se as emissões globais de gases de efeito estufa não forem reduzidas, diz um estudo da universidade holandesa de Wageningen, citado pelo The Guardian.

As áreas mais afetadas pelo calor extremo (definido por uma temperatura média de 29 graus) deverão ser América do Sul, África, Índia, Sudeste da Ásia e norte da Austrália. Apenas na Índia, o clima mais quente deverá afetar mais de mil milhões de pessoas. Na Nigéria serão mais 485 milhões, no Paquistão (185) e no Sudão (103).

“O coronavírus mudou o mundo de uma forma difícil de imaginar há alguns meses. Os nossos resultados mostram como as mudanças climáticas podem causar algo similar”, afirmou Marten Scheffer, líder da equipa de cientistas. Segundo o estudo, as mudanças climáticas não ocorrerão tão rapidamente quanto as causadas pela pandemia da covid-19, mas, ao contrário do cenário atual, o mundo não teria uma perspectiva de alívio num futuro imediato.

Parte das conclusões dos pesquisadores foram baseadas em análises de dados passados, em que compararam condições climáticas das regiões onde os seres humanos mais se estabeleceram. A densidade populacional teve picos em áreas onde as temperaturas médias anuais ficavam em torno de 11 e 15ºC. Um segundo pico de densidade, mais baixo que o primeiro, ocorreu em regiões com temperaturas entre 20 e 25ºC. Como a distribuição populacional quase não se alterou nos últimos seis mil anos, os pesquisadores chamaram a esse intervalo de temperatura “nicho ecológico humano”.

Quanto mais a temperatura se afasta desse nicho, mais difícil é a sobrevivência de seres humanos numa determinada área. De acordo Scheffer, os habitantes das futuras regiões de calor extremo habitarão áreas fora do “nicho climático”.

 





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