Uma alternativa sustentável para o dinheiro digital
Cada vez mais pessoas estão a adotar as criptomoedas no seu dia a dia. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Finança do Futuro neste ano, 2,4 milhões de portugueses, o equivalente a 24% da população, já investem em ativos digitais. As vantagens são muitas, pois oferecem segurança robusta com a tecnologia blockchain, acesso global sem intermediários, agilidade e economia em transações, transparência total sobre seus gastos e empoderamento financeiro. E claro, há também o potencial de ganho, apesar da alta volatilidade deste mercado. O movimento é tão grande, que caixas automáticos de Bitcoin, a principal cripto em circulação, estão cada vez mais comuns, com 38 mil unidades espalhadas pelo globo.
Todavia, à medida que a popularidade e a adoção das criptomoedas crescem, surgem diversas questões relacionadas ao seu impacto ambiental. A mineração de criptomoedas – processo utilizado por diversas redes blockchain para garantir a segurança e a integridade das transações, além do crescimento dos ativos – requer uma quantidade enorme de energia, o que gera um impacto ambiental de dimensões proporcionais ao seu crescimento. Para se ter uma ideia, em 2021, um estudo da Universidade de Cambridge estimou que o montante anual de energia usada somente na rede Bitcoin era equivalente ao consumo anual de países como a Argentina ou a Holanda.
Como se já não fosse impacto suficiente, também há a questão do consumo hídrico das transações desta moeda digital. De acordo com um estudo publicado na revista Cell Reports Sustainability, uma única transação de Bitcoin consome a mesma quantidade de água necessária para encher uma piscina. Isso significa que cada transação usa 16 mil litros de água em média. Somente em 2021, a mineração do ativo consumiu mais de 1,6 mil gigalitros de água no mundo.
Diante deste cenário perturbador, é essencial encontrar alternativas para mitigar o impacto ambiental desse segmento e ajudar o mundo a evitar os piores cenários das mudanças climáticas, e não o contrário, como está a acontecer.
Assim, o mundo das criptomoedas está em constante evolução e apresenta novas alternativas que visam atender às crescentes preocupações com o meio ambiente. As criptomoedas ecológicas, também conhecidas como cripto verdes ou criptos sustentáveis, ganham cada vez mais destaque como uma opção ambientalmente responsável para investir e realizar transações digitais.
Criptomoedas ecológicas
Em contraste com as criptomoedas tradicionais, que exigem um alto consumo de energia para a mineração, as criptomoedas ecológicas utilizam mecanismos de consenso e validação de transações que são significativamente mais eficientes em termos energéticos.
Resumidamente, pode-se dizer que as criptomoedas são mais eficientes do ponto de vista do consumo de energia, o que as torna mais escaláveis e sustentáveis a longo prazo. Consequentemente, geram um impacto ambiental extremamente menor que a mineração, o que ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa e o consumo de recursos naturais. Dessa forma, acabam por atrair um outro perfil de investidor mais alinhado às alternativas de investimento responsáveis e alinhado a valores éticos e ambientais, o que impacta positivamente seu potencial de crescimento.
Nesta onda, há algumas iniciativas promissoras para os investidores. Veja a lista abaixo:
Cripto eTukTuk pretende criar infraestrutura para veículos elétricos. | Imagem: Divulgação
- eTukTuk ($TUK): Token do tipo BEP-20 que opera na rede BNB Smart Chain. O projeto foi criado com o objetivo de utilizar a tecnologia blockchain na criação de infraestrutura para veículos elétricos.
- Green Bitcoin ($GBTC): Ainda em fase de pré-venda, a criptomoeda opera na rede Ethereum, que é cerca de 10 mil vezes mais eficiente em termos energéticos que o Bitcoin tradicional.
- Chia (XCH): Utiliza um mecanismo de consenso chamado “Prova de Espaço e Tempo“, que aproveita o espaço livre em disco rígido dos usuários para validar transações, sem a necessidade de mineração com alto consumo de energia.
- Cardano (ADA): Emprega um algoritmo de consenso inovador chamado Ouroboros, que é considerado um dos mais eficientes em termos energéticos do mercado.
- Nano (NANO): Baseia-se em uma arquitetura de blockchain única que permite transações instantâneas e sem taxas, com um consumo de energia extremamente baixo.
- Stellar Lumens (XLM): Utiliza um mecanismo de consenso chamado “Stellar Consensus Protocol“, que é rápido, eficiente e escalável, com um baixo impacto ambiental.
- Algorand (ALGO): Emprega um algoritmo de consenso puro de prova de participação (Pure Proof-of-Stake – PPoS), que é altamente eficiente e seguro, com um consumo de energia mínimo.
Como investir em criptomoedas ecológicas
As criptomoedas ecológicas representam uma alternativa promissora para o futuro do dinheiro digital, pois oferecem uma forma mais sustentável e responsável de realizar transações e investimentos. Com o crescente interesse por investimentos socialmente responsáveis e ambientalmente conscientes, as criptomoedas verdes têm o potencial de revolucionar o mercado financeiro e contribuir para um futuro mais verde e digital.
Mas lembre-se, investir em criptomoedas envolve riscos. É importante pesquisar cuidadosamente antes de aplicar seus fundos em um mercado altamente volátil. Acima de tudo, nunca comprometa uma quantia maior do que aquela que estás disposto a perder. Também adote algumas das melhores práticas na sua estratégia de investimento, como comprar na baixa e vender na alta, diversificar a carteira para reduzir os riscos e armazenar suas criptomoedas em uma carteira segura.
Dito isso, é possível comprar, vender e trocar as criptomoedas ecológicas nas melhores exchanges do mercado, como Binance, Coinbase e Kraken. É importante pesquisar cuidadosamente cada ativo digital antes de investir, avaliando seus fundamentos, equipe, tecnologia e potencial de crescimento.
Mas atenção, não se deixe levar pelo hype. Não invista em criptomoedas apenas porque todo mundo está falando sobre elas. Faça o dever de casa e