Uma nova crise alimentar a caminho?
Hoje, uma das notícias mais partilhadas no Facebook dos portugueses era o eventual racionamento da venda de açúcar por parte de algumas cadeias de super e hipermercados portugueses.
Se juntarmos várias outras notícias publicadas hoje pela comunicação social portuguesa, podemos chegar à conclusão de que poderemos estar no início de uma nova crise alimentar.
As Nações Unidas já alertaram para o facto do preço das matérias-primas agrícolas estarem agora a subir a um ritmo alarmante, e que se aproximam inclusive do célebre pico de 2008. Do aumento dos cereais ao máximo histórico da carne, o impacto destes preços em Portugal deverá depender da evolução do euro.
Mas vamos aos números: o índice da FAO para as 55 matérias-primas alimentares atingiu no início de Dezembro o nível mais elevado desde Julho de 2008 – o auge da última crise alimentar. Aliás, há cinco meses consecutivos que as matérias-primas alimentares estão em alta. Paralelamente, os preços das matérias-primas agrícolas têm subido a um ritmo muito mais rápido que em 2008.
Segundo explica hoje o Jornal de Negócios, a carne, o milho e o arroz são os bens alimentares sob maior pressão. No próximo ano, tudo indica, os preços vão continuar a subir. De acordo com o Barclays Capital, o aumento da procura por parte da China irá colocar as matérias-primas “a caminho de marcarem novos máximos históricos este ano e no próximo”.
E se a produção mundial de arroz será inferior à previamente estimada, devido à seca e inundações na Ásia, o índice global da FAO para a carne está em máximos históricos porque a nova classe média dos países emergentes procura hoje uma dieta mais rica em proteínas. Ou seja, quer mais carne.
“Infelizmente, é possível haver uma nova crise alimentar, se os preços continuarem a subir”, explicou o professor de ambiente em Berkeley, Thomas Azwell, citado pelo Jornal de Negócios.
Ainda segundo o diário da Cofina, em Portugal poderemos estar perante outro aumento dos produtos alimentares, mas os impactos no nosso País dependerão do comportamento do euro face ao dólar, uma vez que Portugal importa grande parte destas matérias-primas.