Uma prancha de surf ecológica made in Aveiro (com VÍDEO)
Portugal e mar confundem-se há séculos, mas nos últimos tempos esta equação tem dois novos vectores: a inovação e a sustentabilidade. Depois de termos percebido, no Economia Verde, que o País tem um potencial gigantesco no que toca à indústria e turismo marítimo e, em particular, o surf, agora vamos falar de dois jovens criativos que fazem pranchas de cortiça, com muitos objectos reciclados à mistura.
O projecto é de Celso Assunção e Francisco Gonçalves, dois antigos alunos da Universidade de Aveiro que aliaram a hidrodinâmica à ecologia, juntando muito design português. “Há alguns anos que desenvolvo o ecofashion e esta fusão fez-me pensar ainda mais nisso”, frisa Celso Assunção ao Economia Verde.
Para além da cortiça, a prancha usa resinas ecológicas – 80% provém de reciclagem de óleos, resíduos industriais e resinas de árvores – e as quilhas, feitas de restos de bambu. Celso e Francisco acreditam que as características ecológicas da prancha servirão de chamariz para o negócio.
“Sim, julgo que captará atenção. Os criativos estão um pouco apagados pela crise, é algo que acontece naturalmente”, revela Celsa.
A prancha não é barata – são mais de €900 – e tem algumas características sui geniris, como explica Francisco Gonlçalves, mas a verdade é que, para a surfar, não é preciso muito. “Não precisamos dar tanto de nós. Ela tem muito volume, por isso consegue apanhar bem a onda e acelerar. É uma prancha para disfrutar da onda, sem grandes manobras, ainda que isso seja possível para que o saiba”, refere Francisco.
Se a lenda do surf Kelly Slater até já surfou com uma porta, tudo é permitido neste desporto. Não será o caso desta prancha, que se quer ecológica e, se possível, um sucesso de vendas cá e lá fora.