União Europeia adia para Maio decisão de renovar ou banir utilização do glifosato



Depois de dois dias de “negociações calorosas”, a União Europeia adiou para Maio uma decisão final sobre a renovação ou proibição do uso do glifosato dentro das suas fronteiras, o que está a ser visto como uma vitória para as associações ambientalistas, segundo o The Ecologist.

O glifosato é considerado o principal herbicida do mundo e a sua utilização na União Europeia está a ser pressionada por empresas como a Monsanto, que ganham financeiramente com esta hipotética decisão. Nos últimos dias, porém, países como a Holanda, França, Suécia e Itália anunciaram que irão votar contra a renovação da licença do glifosato na União Europeia, uma ideia que vai de encontro a várias personalidades do campo da ciência, medicina e ecologia.

“Por agora, nenhum dos lados saiu vitorioso. A decisão, que deveria ser votada hoje, foi adiada para Maio. Mas esta notícia foi um rude golpe para a Monsanto, que tem muito em jogo: o glifosato é o principal ingrediente no seu produto Roundup, um spray utilizado na agricultura e que é responsável por um terço das receitas totais da Monsanto”, explica o The Ecologist.

A Organização Mundial da Saúde considera que o glifosato, herbicida mais utilizado no país e no planeta, é potencialmente carcinogéneo para o ser humano. Ainda assim, ele está na agricultura e é aplicado pelas autarquias nos jardins, praças, passeios, estradas, recreios de escolas e cemitérios. A Organização Mundial de Saúde considera-o potencialmente carcinogéneo e relaciona-o com um dos cancros mais comum no país.

O glifosato está tão espalhado que pode hoje ser encontrado num em cada três pães, no Reino Unido, e nas 14 principais cervejas alemãs. Recentemente, até tampões e pensos higiénicos contém resíduos de glifosato.

Em Portugal, uma proposta para proibição da utilização de glifosato em Portugal foi apresentada na Assembleia da República em Abril de 2015, tendo sido chumbada com os votos do PSD e CDS-PP, com a abstenção do PS e PCP e o voto favorável do Bloco e PEV.

Foto: Paul Schulze / Creative Commons





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