União Europeia pede reforma das pescas e agricultura
O Conselho de Ministros europeus aprovou a nova estratégia de biodiversidade, estabelecendo seis metas para reverter o seu declínio na União Europeia (UE), assim como para preservar os ecossistemas em 2020. Assim, os Estados-membros planeiam uma melhor e mais eficaz gestão da Rede Natura 2000, passando por uma melhor gestão destas áreas protegidas, o combate à propagação de espécies exóticas invasoras e a recuperação dos habitats mais ameaçados.
A estratégia destaca ainda a agricultura e a pesca como os dois sectores mais problemáticos para a natureza sob controlo da União Europeia e, simultaneamente, aqueles que assumem um papel fundamental na prevenção do colapso da biodiversidade. Nestas áreas, os Estados-membros exigem reformas de longo alcance, incluindo unir os esforços da pesca com a capacidade de regeneração dos recursos pesqueiros e aplicar à política agrícola práticas amigas do ambiente.
A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), representante em Portugal da BirdLife International, saúda esta decisão por parte das autoridades europeias. “No período que antecedeu a negociação, foram fortes as pressões aplicadas por elementos anti-reforma no sector das pescas, tentando bloquear a aprovação da estratégia, felizmente a Comissão Europeia e o Conselho mantiveram-se firmes e colocaram o bem público no topo da sua agenda, num acto pioneiro e exemplar para todo o mundo”, afirma o director executivo da SPEA, Luís Costa, em comunicado de imprensa.
Agora, a organização apela ao novo Governo português, em particular ao Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, para mostrar vontade e determinação em seguir estas reformas, os seus novos compromissos com a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e a Política Comum das Pescas (PCP) e procurar recursos no novo orçamento da UE para investimento na protecção da biodiversidade.
De acordo com Angelo Caserta, director regional da BirdLife Europa, “o Conselho Europeu tem declarado ser sua vontade actuar para evitar a crise da biodiversidade. Agora, precisam de encontrar a coragem política para agir, colocando o nosso futuro comum à frente dos seus interesses”.