Universidade do Minho cria bebida alcoólica a partir de borra do café
A Time considerou-a uma das 25 melhores invenções do ano. A Universidade do Minho, que a ajudou a desenvolver, diz que ela tem um grande potencial de desenvolvimento comercial. Trata-se de uma bebida destilada directamente da borra de café, que tem sido trabalhada ao longo do ano pela investigadora Solange Mussatto.
“[Os resíduos do café] são muito ricos, desde logo porque a borra representa 80% do grão”, explicou a responsável em comunicado. “A nova bebida foi identificada como café alcoólico mas, na verdade, é um destilado, como uma aguardente transparente com 40% de etanol e aroma a café”, explica Solange Mussatto.
A nova bebida foi obtida em laboratório, depois de os resíduos secos de café serem fervidos em água e de esta ter sido coada, tendo-lhe sido adicionados açúcar e levedura para catalisar a fermentação.
“[O resultado] é diferente do que existia até agora”, explica Solange. A nova bebida é obtida dos resíduos, ao contrário dos licores actuais, que são produzidos a partir dos grãos do café.
Num formato de produção industrial, a recolha de grandes quantidades de café precisa de um sistema com alguns cuidados, uma vez que estes resíduos têm humidade e outros factores de fácil contaminação. Ainda assim, o processo é simples e barato.
Segundo a Universidade do Minho, a patente já foi registada e os responsáveis esperam agora o interesse pela vertente comercial.
Solange Mussatto é investigadora do Centro de Engenharia Biológica da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e tem baseado o seu trabalho de pesquisa na valorização de resíduos agrícolas e agro-industriais.
Foto: _-0-_ / Creative Commons