Utilizadores portugueses de aplicação Too Good To Go evitaram desperdício de 100.000 refeições
Os 221.000 utilizadores portugueses de uma aplicação que permite ao consumidor ter um papel ativo no combate ao desperdício alimentar permitiram evitar que desde outubro fossem desperdiçadas 100 mil refeições.
A aplicação Too Good To Go liga consumidores a estabelecimentos que pretendem reduzir e rentabilizar o seu excedente diário, canalizando-o para uma alternativa de consumo válida permitindo uma segunda oportunidade a alimentos em perfeitas condições de consumo.
Segundo uma nota de imprensa desta empresa de impacto social que tem como missão o combate ao desperdício alimentar, os utilizadores podem adquirir refeições de qualidade a preços acessíveis contribuindo para um sistema de não desperdício e economia circular.
Ao todo foram salvas do desperdício 100.000 refeições o que equivale a 250 toneladas de CO2 que não foram libertados para a atmosfera, caso essas refeições fossem desperdiçadas, o equivalente a 655 voos de Lisboa-Londres.
A aplicação está disponível nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, no Algarve e mais recentemente nas cidades de Braga e Coimbra.
A Too Good To Go surgiu em Portugal em finais de outubro de 2019 e conta com uma comunidade de 221.000 utilizadores e 735 parceiros, desde restauração até grandes grupos da indústria alimentar.
Em linha com o sucesso nacional, estão os números globais da Too Good To Go que num universo de 15 países, já conta com uma comunidade de 23 milhões de utilizadores e mais de 50 mil estabelecimentos, que já salvaram cerca de 43 milhões de refeições o que equivale a mais de 107 mil toneladas de CO2.
O projeto possibilita a revenda e compra de alimentos em condições de consumo, que não foram vendidos ou canalizados para outros fins, durante uma janela de oportunidade pré-estabelecida, permitindo uma segunda oportunidade a alimentos e produtos alimentares que de outra forma seriam desperdiçados.
Na aplicação os utilizadores podem comprar o que chamam de ‘caixas mágicas’ – com conteúdo surpresa por ser impossível prever o desperdício de forma detalhada – escolhendo o estabelecimento que mais gostam, reservando na aplicação e recolher em hora agendada.
Antes de pedir a sua ‘Magic Box’, o utilizador pode filtrar as suas escolhas na aplicação e descobrir qual o estabelecimento que mais lhe interessa, com base no habitual de cada espaço, sendo que as opções são diversas e variam entre comida chinesa, japonesa, italiana, portuguesa, vegetariana, vegan, entre muitas outros produtos alimentares.
O pagamento é feito através da aplicação, e o recibo é gerado na altura da recolha, no local e horário estabelecido e indicado na aplicação, pelo próprio estabelecimento.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço de toda a produção alimentar humana é desperdiçada.
Na Europa, cerca de 88 milhões de toneladas de alimentos são desaproveitados anualmente, com um custo associado de 143 mil milhões de euros.
Em Portugal, um milhão de toneladas de alimentos é deitado para o lixo, o que levou à publicação de um conjunto de medidas no âmbito da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar.
O desperdício alimentar é responsável por uma emissão de gases de efeito de estufa equivalente à emitida pela rede global de transportes terrestres.
Uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para 2030 é reduzir para metade o desperdício de alimentos per capita a nível do retalho e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e de abastecimento.