Vila Real lança projeto em que as famílias só pagam pelos resíduos que produzem
O município de Vila Real lançou sexta-feira um projeto-piloto em que as famílias só pagam os resíduos que produzem e que vai ser testado durante um ano num bairro com 55 habitações.
A apresentação do projeto Payt (Pay as you throw) aconteceu no bairro Habutad e o objetivo é avaliar um modelo em que o pagamento da taxa de resíduos não está indexada ao consumo de água, mas sim à deposição real de resíduos.
“A expectativa que nós temos é que o pagamento seja apenas de 20% daquilo que atualmente é pago (…) E que as pessoas percebam, daí emitirmos na mesma uma fatura, a diferença de pagamento que teriam”, afirmou Mafalda Vaz de Carvalho, dos serviços do ambiente da Câmara de Vila Real.
O município transmontano quer incentivar a separação da totalidade dos resíduos para que estes sejam valorizados. Para além da separação dos plásticos, vidros e papel, a autarquia também possui a recolha de resíduos orgânicos, destinados à compostagem, e locais para a deposição de têxteis.
Baseado no princípio “pague pelo que produz”, o Payt permite que cada morador se responsabilize pelos resíduos que produz, pagando apenas pelo volume de resíduos gerados que não são possíveis de reciclar e ou que não separa.
No decorrer da demonstração do sistema no bairro Habutad, uma espécie de península onde há 55 habitações, foi explicado que durante o período do projeto-piloto a taxa de resíduos será eliminada da fatura de água destes moradores, o que significa que não terão que pagar pela gestão de resíduos durante esse período.
No entanto, as famílias que participarem no projeto vão receber uma fatura detalhada com o montante que estão a poupar ao adotarem práticas sustentáveis de gestão de resíduos.
No bairro, foram instalados quatro locais de deposição de resíduos com sistema controlado, cujo acesso é feito através de um cartão Payt ou um saco (de lixo) Payt (com sistema RFID).
O sistema RFID (radio frequency identification) é uma tecnologia de ligação sem fios que faz transmissão de dados via radiofrequência.
Para simulação de fatura só ficarão registadas as aberturas do contentor indiferenciado, que passa a ter a cor negra, e, por cada abertura, o sistema vai admitir que foram depositados 50 litros de resíduos. As famílias só pagarão o número de aberturas que fizerem.
De acordo com a câmara, em função dos resultado obtidos durante este ano de teste o modelo pode ser expandido.