Washington insta Presidente do Egito a dar passos na proteção dos direitos humanos

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, exortou esta quarta-feira o Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, a tomar medidas para a proteção dos direitos humanos que permitam estreitar as relações entre os dois países.
Blinken reuniu-se com Al-Sissi na sequência da Cimeira EUA-África que está a decorrer em Washington e que o governo liderado por Joe Biden vê como uma oportunidade para contrariar a influência chinesa e russa no continente africano.
“O secretário [de Estado] reconheceu as recentes libertações de presos políticos e encorajou a novos progressos na promoção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”, referiu o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, num comunicado no final da reunião, citado pela agência de notícias Efe.
No encontro, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos sublinhou que a relação entre os dois países “fortalece-se” quando existem “avanços tangíveis em matéria de direitos humanos”.
Várias dezenas de pessoas foram libertadas das prisões egípcias no âmbito de um “Diálogo Nacional” convocado pelo Presidente, mas milhares de ativistas e opositores permanecem detidos naquele país árabe.
Blinken também pediu a Al-Sissi que procure uma “solução diplomática” para o conflito com a Etiópia sobre a construção da megabarragem no Nilo Azul.
Já Al-Sissi pediu ajuda aos norte-americanos para aumentar a pressão sobre a Etiópia que permita chegar a um acordo sobre a megabarragem.
“Esta é uma questão crucial e existencial para nós. E agradecemos aos Estados Unidos pelo seu apoio”, sublinhou o chefe de Estado, citado pela agência France-Presse (AFP).
O projeto da megabarragem, lançado em 2011 com um custo de quatro mil milhões de dólares (cerca de 3,75 mil milhões de euros), deverá permitir duplicar a atual produção de eletricidade da Etiópia, à qual apenas cerca de metade dos cerca de 120 milhões de habitantes tem acesso.
A Etiópia considera a barragem essencial para o seu desenvolvimento, enquanto o Egito a vê como uma ameaça “existencial” e o Sudão alertou para “grandes riscos” para a vida de milhões de pessoas.
Washington elogiou, por outro lado, o Egito por ter acolhido a última cimeira do clima – COP27 – e pelo seu “papel de destaque” na estabilidade da região.
Antes do encontro com Blinken, Al-Sissi tomou o pequeno almoço em Washington com vários congressistas republicanos, divulgou o porta-voz da presidência egípcia, Bassam Essam Rady.
“O Presidente enfatizou a estratégia e as fortes relações entre o Egito e os Estados Unidos e expressou o apreço do Egito pelo papel desempenhado pela Câmara dos Representantes dos EUA no fortalecimento da parceria entre os dois países”, frisou o porta-voz, através de comunicado.