Workshop da MOBI.E apresentou a realidade da mobilidade elétrica em Portugal
A MOBI.E, empresa pública que atua como Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica (EGME) desde 2015, realizou hoje o workshop “A realidade da Mobilidade Elétrica em Portugal”.
Enquanto Entidade Gestora, a MOBI.E pretende preservar os conceitos base do modelo, cooperar com todos os stakeholders garantindo a evolução contínua da solução que dá resposta às exigências do mercado, promover a sua rede e combater os mitos acerca da mobilidade elétrica, e informar a comunidade portuguesa.
Em termos de Instrumento Público do Estado, a sua atividade consiste em outros quatro domínios, o de promover este tipo de mobilidade enquanto solução futura, a concretização das políticas públicas para o desenvolvimento da mobilidade elétrica, contribuir para acelerar a transição para a mobilidade elétrica e ajudar a atingir os objetivos definidos para a descarbonização, e a monitorização da rede MOBI.E de forma a acompanhar e potenciar a eficiência da rede.
Para que a MOBI.E consiga atingir estes oito compromissos, encontra-se a desenvolver várias ações:
Enquanto EGME:
- Melhorar a qualidade de informação que disponibiliza aos cidadãos – como é o caso do novo site lançado em abril;
- A criação de uma Nova Plataforma de Gestão da Rede MOBI.E;
- Dar condições para que o ritmo médio de crescimento da Rede se mantenha e duplique nos próximos anos;
Enquanto Instrumento Público:
- O contínuo desenvolvimento de Ações de Promoção da Mobilidade Elétrica;
- A instalação de 10 Hubs de carregamento e 12 postos de carregamento ultra rápido (PCURs), através do projeto do governo PEES – Programa de Estabilização Económica e Social;
- A promoção de um estudo sobre o desenvolvimento da mobilidade elétrica, que ajude a definir as métricas necessárias para planear o crescimento da Rede, para que seja útil para os utilizadores e rentável para os operadores.
O modelo da MOBI.E é único a nível nacional e resulta como uma espécie de ecossistema, que funciona com base em 5 pilares: a integração com o setor elétrico, a delimitação da intervenção dos setores público e privado que estão definidos e regulados, a otimização da utilização de infraestrutura de carregamento com a capacidade de potencia disponível na rede elétrica, o foco na melhor experiência do utilizador – tem acesso livre a toda a rede de postos e promove a concorrência – e a base tecnológica que permite ter toda a infraestrutura de acesso público ligada em rede.
Este modelo responde ainda a alguns constrangimentos apontados pelo relatório de abril do Tribunal de Contas Europeu. É exemplo disso o facto de ser um sistema harmonizado de roaming aplicado em todo o país, de ter apresentado o lançamento do pagamento ad hoc por vários comercializadores, que é uma solução de pagamento para os cidadãos estrangeiros, e o visível aumento dos postos de carregamento no país, que têm vindo a duplicar.
De acordo ainda com a MOBI.E, existem de momento 1829 postos de carregamento em Portugal, 20 Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEMEs) e 55 Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) – o que equivale a uma cobertura nacional de 93%, incluindo os Arquipélagos da Madeira e dos Açores. Dentro dos mais de 1800 postos, destacam-se 1466 postos normais (igual ou inferior a 22 kW), 348 postos rápidos (22 a 55 kW) e 15 ultra-rápidos (superior a 55 kW).
O primeiro PCUR que resulta do protocolo entre a MOBI.E e o Fundo Ambiental, através do PEES, será inaugurado amanhã em Castelo Branco. Este posto de carregamento terá uma potência de 160 kW, o que fornecerá em média uma autonomia de 100 quilómetros em apenas 5 minutos. Espera-se que sejam inaugurados mais 11 postos até ao fim do ano de 2021, sendo Beja e Braganças as próximas cidades. A instalação destes postos resulta de um investimento público total de 1 milhão de euros.
Em termos de consumos, apesar do impacto da pandemia da Covid-19, tem sido identificado um crescimento. Em abril, resultado do desconfinamento, os consumos de energia diária (kWh) aumentaram consideravelmente, prevendo-se atualmente um crescimento recorde de 20%. Em relação ao número de carregamentos e a nível de utilizadores alcançaram-se também a números recorde, com um aumento de carregamentos perto dos 20% e com cerca de 17 mil cidadãos a utilizar a rede MOBI.E.
Um dos pontos também abordados na sessão foi a introdução da tarifa EGME aplicada aos CEMEs e aos OPCs desde o início do mês de maio. Em comparação, a introdução da mesma não teve um impacto prático na utilização da rede e os carregamentos mantiveram-se.
É de realçar que através dos seus serviços, além de impulsionar a transição para a mobilidade elétrica no país, a MOBI.E já possibilitou a poupança de 3.440 toneladas de dióxido de carbono (CO2).