WWF pede proibição do comércio de marfim na Tailândia



O grupo internacional de conservação da natureza World Wildlife Fund (WWF) pediu à Tailândia que proíba todo o comércio de marfim, advertindo que a crescente demanda por dentes está a alimentar um massacre sem precedentes aos elefantes de África.

A WWF disse que as “maciças quantidades” de marfim africano estão a ser ilegalmente importadas para a Tailândia, onde são esculpidas em estátuas budistas, braceletes e jóias, vendidas a turistas ou contrabandeadas para outros lugares. Embora seja contra a lei vender chifres africanos na Tailândia, o marfim dos elefantes domesticados pode ser negociado de forma legal.

“Muitos turistas estrangeiros ficariam horrorizados em saber que os berloques de marfim em exposição ao lado das sedas nas lojas tailandesas podem vir de elefantes massacrados em África”, disse Elisabeth McLellan, manager do Programa Global de Espécies do WWF.

A Convenção da ONU sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES) proibiu todo o comércio de marfim internacional em 1989. Mas a actividade dos comerciantes tailandeses e dos contrabandistas tem prosperado, porque a proibição nunca se dirigiu aos mercados domésticos e, sem testes de ADN, é difícil dizer de onde é originário o marfim. As redes criminosas têm explorado essa brecha.

África viu dezenas de milhares de elefantes abatidos no ano passado. De acordo com a WWF, o comércio internacional de marfim chegou à “mais alta taxa já registada”.

O grupo lançou uma petição global a pedir ao primeiro-ministro tailandês Yingluck Shinawatra que proíba este negócio, de modo a reduzir mortes ilegais no continente africano. As autoridades tailandesas avançaram que o governo não pretende impor uma proibição neste momento e acrescentou que a Tailândia estabeleceu algumas medidas que podem ajudar a resolver o problema.

“Neste momento não é possível proibir todo o comércio de marfim”, disse Theerapat Prayurasiddhi, director geral do Departamento de Parques Nacionais, Vida Selvagem e Conservação de Plantas. “Isto porque, no caso dos elefantes domésticos, faz parte dos direitos do proprietário fazer o que deseja com os restos do animal após a sua morte. Portanto, não podemos proibi-lo de vender os dentes.”

Em Março, espera-se que representantes de governos de todo o mundo participem num encontro da CITES em Banguecoque para discutir as questões da vida selvagem, incluindo a caça furtiva de elefantes.





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