Zero alerta para baixa poupança energética dos edifícios em Portugal



Portugal é o país da União Europeia (UE-28, neste caso) que apresenta os valores mais baixos de poupança energética nos edifícios residenciais, nos três níveis de renovações – médias, ligeiras e profundas -, alerta a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável. No que toca a edifícios não residenciais a situação não é muito diferente, tendo as taxas mais baixas de renovação ligeira e média, e a segunda taxa mais baixa de renovação profunda.

A informação consta no novo relatório do Joint Research Centre, grupo de investigação da Comissão Europeia, que analisou o progresso de cada Estado-membro relativamente à Diretiva de Desempenho Energético dos Edifícios. Os países com melhor desempenho neste campo são a Letónia, a Lituânia e a Estónia, com poupanças energéticas de 395,2 kWh/m2a, 346.2 kWh/m2a e 340.9 kWh/m2a, respetivamente.

Os dados indicam que de 2005 a 2018, o consumo de energia do setor de construção diminuiu 5%. Nos edifícios residenciais, deu-se um redução de 10% do consumo final de energia, e nos de serviços, o consumo de energia aumentou 2%, devido ao crescimento económico, revelam os autores. Contudo, os mesmos apontam que a taxa de renovação dos edíficios neste campo é ainda muito baixa.

“É necessária uma mudança de paradigma no setor da construção para um melhor desempenho energético, substituição dos combustíveis fósseis para energias renováveis e desenvolvimento de práticas sustentáveis e circulares em toda a sua cadeia de valor” defende a ZERO. “Portugal ainda está aquém do desempenho energético desejado para os edifícios e necessita avançar com as ações a nível nacional, em consonância com as políticas e estratégias atuais para cumprir com o objetivo de neutralidade climática.”

As políticas recomendadas no relatório são, segundo a Associação, “uma grande oportunidade para realizar sinergias entre as diferentes diretivas, apresentar um quadro regulamentar forte, analisar o potencial dos países nesta matéria e aumentar ainda mais o papel dos cidadãos e cidadãs, do setor de construção e membros das comunidades de energia neste momento de transição. Todos(as) podemos estar envolvidos(as) na transição e todos(as) podemos beneficiar das oportunidades”, garante.





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