ZERO destaca oportunidades para um futuro mais sustentável
A crise que o país enfrenta face ao Coronavírus trouxe mudanças drásticas e instaurou um clima de incerteza para os portugueses. No entanto, para muitos, esta é também uma situação que serve de incentivo para a criação de um futuro mais sustentável.
A Associação ZERO preparou um documento que vai ser entregue ao Governo português, “O nosso novo Futuro Comum”, onde refere problemas atuais e propõe soluções eficazes para alcançar esse objetivo. Neste sentido, considera que a “crise pode ser superada através da união de esforços na transformação dos modelos socioeconómicos, focando-nos no bem-estar das pessoas e no estabelecimento de uma relação de equilíbrio e respeito pelos limites do planeta”, sustentando que a solidariedade e a capacidade de adaptação das pessoas está a ser fundamental nesta fase.
A ZERO menciona 11 pontos cruciais que servem de oportunidade para melhorias:
● A aposta numa economia de base mais local e nacional;
● Potencial de reflexão sobre o que é realmente essencial no sentido de reduzir os níveis de consumo e aumentar a eficiência no uso dos recursos;
● Desenvolvimento da capacidade de adaptação e reação do tecido empresarial a novas realidades emergentes e reforço das sinergias universidades/empresas;
● Potenciar a criação de emprego a nível local e regional;
● Constatação da importância de prepararmos a sociedade e a economia para outras crises fundamentais como é a climática e a ambiental;
● Potencial de redução de deslocações e viagens (em particular para fora do país), dada a experiência que está a ser realizada de organizar eventos habitualmente presenciais, em formato virtual;
● Constatação das desvantagens de uma sociedade globalizada no modelo atual, que fragiliza a capacidade de resposta dos países dada a enorme dependência de países terceiros para abastecimento, mas que abre a porta a um melhor entendimento das vantagens de apostar de forma decisiva numa economia circular de base local;
● Maior sentimento de comunidade e interajuda, onde muitas pessoas se oferecem como voluntários e o estabelecimento de redes de ajuda e colaborativas;
● Apostar num setor da saúde menos assente em produtos descartáveis;
● Noção mais clara da nossa interconexão e da interdependência local, regional, nacional, europeia e mundial que existe para resolvermos os problemas que iremos enfrentar;
● Perspetiva reforçada de que todos temos importância na sociedade e todos podemos contribuir para a resolução dos problemas.
Em simultâneo, a Associação destaca no documento várias medidas estruturais relativas a setores específicos, nomeadamente na Agricultura, Educação, Energia, Resíduos, Mobilidade e Transportes, Turismo e Aviação. A principal ideia é a de que, podemos criar um futuro comum, mais equilibrado e sustentável para todos.